domingo, 22 de março de 2015

Ex-presidente Lula passa a orientar bancada do PT

O ex-presidente Lula (PT) vem articulando diretamente com lideranças petistas da Câmara e do Senado, incomodado com o desgaste da relação do Governo com o Congresso. Desde janeiro, ele intensificou os contatos e passou a dar orientações diretamente a correligionários, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.

Na tentativa de aparar arestas com o Parlamento, o comandante petista convenceu a presidente Dilma Rousseff (PT) a incluir outros nomes na coordenação de governo, já que os ministros Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) têm sido alvos de insatisfação.

Lula conseguiu incluir o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no núcleo duro, além do ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), e das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Há quem defenda também a ida de Jaques Wagner (Defesa) para a Casa Civil.

Para isso, Lula passou a reunir-se com mais frequência com Dilma nas últimas semanas da crise, tem pedido a parlamentares do PT que orientem a bancada a defender o governo. Para ele, a base aliada, principalmente o PT, não pode silenciar diante de ataques oposicionistas.

Dois dias após os protestos do último domingo (15), Lula recebeu deputados e senadores em reuniões em hotel de Brasília. Segundo a publicação, ele alertou os parlamentares sobre os riscos de considerar as manifestações meros atos oposicionistas.

O argumento utilizado por ele é que a massa nas ruas não era formada só por eleitores tucanos e defendeu que o governo não pode ficar estático diante do recado do eleitorado. “Ele disse que o governo tem que anunciar medidas, como resposta, e explicar à população por que elas estão sendo tomadas”, deu como exemplo o deputado Arlindo Chinaglia, que participou do encontro.

Lula ainda tem comentado que não deve caber à Dilma falar publicamente sobre a Petrobras, corrupção e impeachment. Essa palavra, em sua avaliação, não deveria sequer sair da boca da sua sucessora. Além disso, Lula teria avaliado que essa função deve ficar a cargo do presidente da estatal e de outros personagens do governo.

Ele também reprovou o pronunciamento em rede nacional, há duas semanas, da presidente Dilma.

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