O ex-presidente Lula (PT) vem articulando diretamente com lideranças
petistas da Câmara e do Senado, incomodado com o desgaste da relação do
Governo com o Congresso. Desde janeiro, ele intensificou os contatos e
passou a dar orientações diretamente a correligionários, de acordo com
reportagem da Folha de S. Paulo.
Na tentativa de aparar arestas com o Parlamento, o comandante petista
convenceu a presidente Dilma Rousseff (PT) a incluir outros nomes na
coordenação de governo, já que os ministros Pepe Vargas (Relações
Institucionais) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) têm sido alvos de
insatisfação.
Lula conseguiu incluir o vice-presidente Michel Temer (PMDB) no
núcleo duro, além do ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB),
e das Cidades, Gilberto Kassab (PSD). Há quem defenda também a ida de
Jaques Wagner (Defesa) para a Casa Civil.
Para isso, Lula passou a reunir-se com mais frequência com Dilma nas
últimas semanas da crise, tem pedido a parlamentares do PT que orientem a
bancada a defender o governo. Para ele, a base aliada, principalmente o
PT, não pode silenciar diante de ataques oposicionistas.
Dois dias após os protestos do último domingo (15), Lula recebeu deputados e senadores em reuniões em hotel de Brasília. Segundo a publicação, ele alertou os parlamentares sobre os riscos de considerar as manifestações meros atos oposicionistas.
O argumento utilizado por ele é que a massa nas ruas não era formada
só por eleitores tucanos e defendeu que o governo não pode ficar
estático diante do recado do eleitorado. “Ele disse que o governo tem
que anunciar medidas, como resposta, e explicar à população por que elas
estão sendo tomadas”, deu como exemplo o deputado Arlindo Chinaglia,
que participou do encontro.
Lula ainda tem comentado que não deve caber à Dilma falar
publicamente sobre a Petrobras, corrupção e impeachment. Essa palavra,
em sua avaliação, não deveria sequer sair da boca da sua sucessora. Além
disso, Lula teria avaliado que essa função deve ficar a cargo do
presidente da estatal e de outros personagens do governo.
Ele também reprovou o pronunciamento em rede nacional, há duas semanas, da presidente Dilma.
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