“Existe ainda, com toda melhoria que já ocorreu, um grande espaço para o
aprimoramento da educação no Brasil. É exatamente por isso que o
projeto de lei prevê um período de dez anos de funcionamento. Esperamos
que esse período seja suficiente para que governos estaduais e
municipais se juntem ao governo federal no esforço de melhoria da
qualidade da educação”.
Bairros reconheceu a existência de uma parcela de brasileiros pobres e
brancos que, portanto, não têm acesso ao sistema de cotas. Mas, segundo
ela, a população branca, mesmo sendo de baixa renda, sempre tem mais
oportunidades ao longo da vida do que as pessoas negras, o que
corroboraria ainda mais com a proposta.
“Historicamente, as pessoas brancas quando são pobres, são sempre
expostas a oportunidades que são totalmente diferenciadas daquelas
colocadas para as pessoas negras. Portanto, uma pessoa branca, mesmo
pobre, opera na sociedade com um valor simbólico da sua cor de pele, o
que com os negros não acontece em momento nenhum porque o racismo não
permite”, disse a ministra.
Luiza participou do lançamento de uma nota técnica produzida pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) hoje na Câmara dos
Deputados. O documento do instituto visa a embasar o Projeto de Lei
6.738/2013 que reserva cotas para negros em concursos públicos. Um dos
dados apresenta a relação de brancos e negros em determinados cargos
públicos. As funções de diplomata e auditor da Receita Federal têm 94% e
87,7%, respectivamente, de funcionários de cor branca.
O estudo também mostra que 51,5% de ocupantes de cargos públicos são
brancos e 47,4 são negros. Para a ministra da Seppir, porém, o aparente
equilíbrio não demonstra igualdade de condições no serviço público.
Segundo ela, não há uma distribuição equânime entre os cargos e os
brancos ocupariam mais vagas de chefia enquanto negros seriam
funcionários em posições mais subalternas.
Diário de Pernambuco
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