Entre eles, Temer cita as chamadas
pedaladas fiscais, o uso de bancos públicos para pagar despesas do
Tesouro e arrumar as contas do governo. “Mais um equívoco, que tem de
ser confessado”, disse, ressalvando que foram praticadas também pelos
antecessores de Dilma. Prestes a completar dois meses como articulador
das relações com o Congresso, Temer diz que passou a dormir cerca de
quatro horas por noite para dar conta da função.
O cansaço dos últimos dias, recompensado
segundo ele pela aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal,
causou uma raridade. Atrasou-se para a entrevista com a Folha, depois de
passar a madrugada assistindo a filmes. Um deles de nome sugestivo:
“Relatos Selvagens”. Temer, que na semana passada deu um ultimato a
setores do governo que estavam “trabalhando contra” o ajuste, relata sua
conversa com Dilma sobre o episódio.
“Disse: a senhora vai viajar [para o
México], mas eu não quero ser responsabilizado porque sinto um titubeio
do governo em relação às medidas do ajuste”, acrescentando que a
presidente disse confiar nele e o prestigiou, o que, afirma, deu
resultado porque o pacote passou no Congresso. Temer diz ainda que
“havia certa razão” nas queixas de que o PT não queria partilhar poder,
afirma que se os acertos feitos por ele não forem cumpridos “perde
sentido” sua permanência no posto e avisa que o PMDB, do qual é
presidente, cansou do papel de “noiva preferida” nas eleições
presidenciais e terá candidato próprio em 2018.
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