quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dilma vira passado para PMDB e PT

Apoio e rejeição do Nordeste à gestão Dilma deixou de ter comportamento descolado do resto do Brasil e já empata tecnicamente com Sul e Norte. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) não tem sete meses completos e o que estava nos bastidores agora estampa manchetes: os principais partidos no governo, o PT e PMDB, atropelaram a liturgia e o respeito ao cargo e já induzem o debate do pós-Dilma. Repare, até quem quer ser candidato a prefeito sabe, não se antecipa esse tipo de conversa, sob risco de decretar o fim do governo atual.

Por exemplo, se você quiser discutir como as eleições do ano que vem com o PSB, para citar um partido forte aqui em Pernambuco, certamente vai ouvir um clichê: “2016, só em 2016”. Tudo bem. É típico do processo eleitoral.

Mas a liturgia com Dilma é inexistente. Ela está em uma hora delicada, com processos no Tribunal de Contas da União e Tribunal Superior Eleitoral que podem, no limite, levá-la à perda do mandato. Sem contar a crise política e a econômica, os recordes negativos de popularidade – inclusive com o apoio e rejeição à presidente no Nordeste empatando tecnicamente com Sul e Norte.

Vamos ser sinceros? Conhecendo os atores políticos, é normal e até esperado que a oposição fale em pós-Dilma, peça impeachment e tudo mais. Mas PMDB e, o principal, o PT falarem de forma tão antecipada sobre o que vem após Dilma?

Na última terça-feira, em meio ao caos da operação Lava Jato, quase ninguém viu o presidente do PT, Rui Falcão, defender em um evento do partido e com todas as letras o Lula 2018. Ele utilizou uma frase cirurgicamente ambígua: a volta do ex-presidente Lula, diz Falcão, é a “continuidade de um projeto que precisa avançar”. Ué, e parou?

Para garantir que não passasse em branco, o PT utilizou a sua estrutura de comunicação e reforçou o recado nas redes sociais, garantia da militância entrar no debate.

Mas alguém prestou muita atenção: o PMDB, que ontem marcou a reunião para anunciar investimento justamente nas redes sociais. O PMDB aproveitou e também anunciou que candidatura em 2018.

Então é isso. Nada de “2018 só em 2018”. Dilma ficou no passado e o PMDB e PT estão no futuro. Disputa na rua, é só contar os dias até o fim do governo Dilma Rousseff.

Fonte: Pinga-Fogo

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