O
Rio Grande do Norte tem uma média de 3,94 homicídios por dia, num total
de 1005 casos de assassinatos praticados de janeiro até ontem. Os dados
são do setor de Estatística da pasta de Segurança e Defesa Social do
Governo e do Instituto Técnico-Científico de Polícia, disponibilizados
diariamente no site do órgão. Esses
números dizem respeito aos crimes contra a vida de um modo geral,
envolvendo latrocínios, homicídios, lesão corporal seguida de morte,
quando a vítima morre no hospital, e morte em confronto com a polícia.
Em todo o ano passado, o quantitativo foi de 1219, numa média diária de
3,33 assassinatos. Restando ainda mais de três meses para o fim de 2013,
o Estado já alcança o percentual de 82,4% do número de assassinatos
registrados em 2012.
Os
índices demonstram a escalada da violência no Estado. Em matéria
publicada em 17 de agosto, a TRIBUNA DO NORTE informou, também através
das estatísticas da Sesed, que 936 pessoas haviam sido assassinadas até
aquele dia. De lá até aqui, foram mais 75 crimes desse tipo pelo RN, e
seis deles aconteceram somente entre a noite da quarta-feira e a manhã
de ontem. E o pior: a maioria permanece sem resolução.
O
problema da falta de estrutura, diversas vezes relatado pelos delegados
de polícia, ainda atrapalha nas investigações e foi agravado nos
últimos 36 dias, com a greve de agentes escrivães da Polícia Civil.
Durante a paralisação, os locais de crime de assassinato estão sendo
vistos pelas Delegacias de Plantão, que colhem as primeiras informações e
encaminham os casos às DPs distritais, onde os inquéritos permanecem
parados.
Ana Cláudia Saraiva, presidente da
Associação de Delegados da Polícia Civil (Adepol), destacou que a
insuficiência de pessoal é o maior problema enfrentado pela categoria.
“A criação da Divisão de Homicídios é fundamental para frear esses
números, ainda mais com a saída da Força Nacional do nosso estado”,
opinou Ana Cláudia. A delegada se refere ao projeto anunciado como
“principal ação” pelo secretário Aldair da Rocha quando ele assumiu a
Sesed.
A última informação que se tem sobre
o andamento do projeto é de que o Governo do Estado assinaria o
convênio do programa “Brasil Mais Seguro”, do Governo Federal, para
conseguir a implementação. No entanto, nada saiu do papel. O titular da
Sesed, Aldair da Rocha, foi procurado pela reportagem, e informou que o
Ministério da Justiça aceitou a reformulação do cronograma de execuções
do Brasil Mais Seguro. “Na terça que vem vou a Brasília e vamos acordar
esse cronograma”, informou o secretário. Aldair da Rocha garantiu que a
partir deste momento se terá uma ideia mais concreta acerca da Divisão.
Tribuna do Norte
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