Levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
aponta que em 50 anos o brasileiro adicionou 68 gramas diárias de açúcar
(mais de cinco colheres de sopa) em sua dieta. O volume é considerado
por especialistas como o maior em toda a história e o motivo não está no
uso do açucareiro, mas no consumo de produtos industrializados. Só nos
últimos 15 anos, a quantidade de açúcar na composição dos alimentos
processados dobrou. Ainda de acordo com a Embrapa, a última medição
mostrou que o brasileiro consome até 150 gramas do produto por dia,
enquanto a média mundial é de 57 gramas. “A quantidade de açúcar nos
alimentos produzidos no Brasil é alarmante. É uma coisa cultural.
A
indústria acha que brasileiro gosta de açúcar. Assim, é praticamente
impossível uma pessoa ingerir o mínimo ou nada de açúcar. A não ser que
ela pare de comer qualquer alimento vendido no supermercado”, informa
Manuela Dias, nutricionista da Proteste, organização que no ano passado
mediu a quantidade de açúcar de 95 produtos. Segundo análise do
Proteste, o achocolatado em pó foi o que chamou mais atenção. Algumas
marcas contêm 70% de açúcar na composição. “Em um copo de leite com duas
colheres de sopa do achocolatado, será consumido o equivalente a três
saches de açúcar. E ainda tem gente que coloca mais duas ou três
colheres de açúcar”, conta Manuela.
A nutricionista explica que existem
dois tipos de açúcar: os encontrados nos alimentos, como a frutose e
sacarose das frutas e a lactose do leite, e os extraídos da
cana-de-açúcar, beterraba ou milho, usados depois na elaboração de
alimentos processados. “O problema não está no açúcar, mas na
quantidade. São alimentos dispensáveis para a nossa espécie”, diz
Manuela.
Informações do IG.
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