Dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) revelam que,
somente na Bahia, 40.350 adolescentes com idades entre 10 e 19 anos
tiveram o primeiro filho em 2012. Os dados se referem apenas a crianças
nascidas vivas. Embora os dados ainda sejam expressivos, estados e
municípios brasileiros registram uma queda do número de casos de
gravidez na adolescência. Na Bahia, por exemplo, o percentual de
adolescentes grávidas reduziu de 46.611, em 2011, para 40.350, em 2012.
Segundo o A Tarde, no Brasil, de acordo com levantamento do Ministério
da Saúde, o número de mulheres grávidas nesta faixa etária passou de
673.045, em 2003; para 561.088, em 2011.
Segundo o órgão, a redução está
diretamente associada à ampliação do acesso a métodos contraceptivos na
rede pública e nas drogarias conveniadas do programa Aqui Tem Farmácia
Popular, assim como ao fortalecimento das ações de prevenção e
planejamento familiar. Outro problema é que, embora os resultados sejam
positivos em boa parte dos municípios baianos, em outros a situação
ainda é bastante preocupante. Em alguns deles, a média de mães
adolescentes ultrapassa os 35%. É o caso das cidades situadas no extremo
sul da Bahia, região do estado que apresenta a maior proporção de mães
entre 10 e 19 anos, a exemplo de Aurelino Leal (40,50%), Arataca
(39,04%) e Itaju da Colônia (36,92%).
Em Salvador, o percentual é de
15,44%. A psicóloga da Sesab Ana Paula Torres afirma que questões
sociais e culturais podem influenciar diretamente no número de casos.
"Nas regiões mais carentes, o trabalho de conscientização junto aos pais
e adolescentes se torna mais difícil.
Em muitos lugares, falar de sexo
na escola ou com o médico ainda é um tabu, embora muitas jovens e
rapazes iniciem a vida sexual cedo", reflete. Segundo ela, em alguns
municípios, por exemplo, os pais não aprovaram a caderneta de saúde do
adolescente, distribuída pelo Ministério da Saúde, que contém
informações sobre menstruação, estágios do desenvolvimento da mama e
pelos pubianos, vacinas, além de orientações sobre como se proteger
durante a relação sexual. "Muitos pais acham que a caderneta vai
estimular os jovens ao sexo e o objetivo é apenas orientá-los para
evitar uma gravidez precoce ou até mesmo um aborto no futuro", diz Ana
Paula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário