Apesar da aceleração dos preços de importantes alimentos, vestuário e
itens de habitação, o grande vilão da inflação em setembro foi o
aumento das passagens aéreas, num momento de intensa procura e alta de
custos, reflexo do preço mais elevado do combustível que tem cotação em
dólar.
Para o consumidor, os bilhetes ficaram 16,9% mais caros em setembro, após uma queda de 0,61% em agosto.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do
IBGE, o combustível é o item de maior peso no custo total das
companhias aéreas, que embutiram o aumento no preço das passagens. “As
companhias alegam que não repassaram tudo, mas algum repasse ocorreu”,
afirmou.
Sozinho, o reajuste dos bilhetes aéreos correspondeu a 0,08 ponto
percentual do IPCA de 0,35% –ou 24% do índice. Foi o produto que
individualmente pesou mais na inflação de setembro –em seguida, veio o
pão francês, com impacto de 0,04 ponto percentual, que também sobe na
esteira da alta do dólar e do maior custo da importação de trigo.
A coordenadora do IBGE disse que, mesmo em período de baixa
temporada, a demanda por passagens aéreas ficou aquecida por conta de
dois eventos que movimentaram muitos turistas: o Círio de Nossa Senhora
de Nazaré, em Belém, e o festival de música Rock in Rio.
Nesse cenário de maior procura por bilhetes, ficou mais fácil para as companhias repassarem o custo maior com o combustível.
Com o aumento das passagens aéreas, o grupo transporte saiu de uma
deflação de 0,06% em agosto para uma alta de 0,44% em setembro –a de
maior peso no IPCA do mês.
(Folha de S. Paulo)
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