A população da América Latina e do Caribe aumentou a expectativa de vida
em 22 anos desde 1980 e a expectativa é que cresça nessa margem até
2050. Entretanto, viver mais não tem significado viver melhor, segundo o
especialista em saúde, nutrição e população do Banco Mundial, o
boliviano Fernando Lavandenz, que esteve no VI Fórum Mundial de Ciência,
no Rio. "Em 2035, o número de idosos com 60 anos ou mais na região deve
superar o de pessoas na faixa de 0 a 14 anos", afirmou. No entanto,
segundo o especialista, as pessoas na América Latina e no mundo em geral
não estão apenas ficando mais velhas, mas também mais doentes e pobres.
O Banco Mundial prevê para 2050 um aumento de 35% nos gastos com os
idosos latinos, o que deve se agravar pela falta de reformas nos
sistemas de saúde dos países. "Temos no máximo 20 anos para nos preparar
para isso. É preciso um grande esforço, que inclua reformas nas
aposentadorias. Na Bolívia, por exemplo, já existe uma espécie de Bolsa
Família para idosos.
À medida que o indivíduo ganha mais e viver melhor,
o governo gasta menos com saúde e redução de pobreza", explicou. De
acordo com Lavandenz, as mulheres latinas já chegam aos 80 anos (em
países como Chile e Costa Rica) e vivem, em média, sete anos a mais que
os homens, diferença bem maior em relação à Europa, onde esse intervalo
não passa de três anos.
As explicações para o desequilíbrio vêm do alto
índice de violência e suicídio entre homens, acidentes de trânsito,
tráfico de drogas, desgaste em decorrência de trabalhos pesados e
doenças. "Os grandes vilões da saúde hoje são a obesidade, o
sedentarismo, o cigarro, o sal e o açúcar", enumerou o representante do
Banco Mundial. Informações do G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário