A nova solução, que poderá resolver problemas antigos como a estiagem
no semiárido nordestino que tanto tem prejudicado a irrigação e a
produção de forragem, é produzida a partir de mistura entre a água
proveniente do aqüífero calcário Jandaíra – principal manancial e uma
das maiores reservas de águas dos estados do Ceará e Rio Grande do Norte
– com água de abastecimento urbano, que é
disponível em menor quantidade.
A alternativa é resultado de um projeto premiado pelo Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através do
prêmio Jovens Cientistas 2013, na modalidade estudante de ensino
superior. O vencedor da modalidade é aluno da Universidade Federal Rural
do Semiárido (UFERSA), aluno do 9º período de Agronomia, José Leôncio
de Almeida. Orientado pelo professor dr. José Francismar de Medeiros, o
projeto “Mistura de águas salinas como alternativa para irrigação e
produção de forragem no semiárido nordestino” garante a sustentabilidade
dos agricultores e pecuaristas que têm água salina em maior excesso e
água doce em menor quantidade.
“Nós conseguimos uma economia em torno de 85% na agricultura local.
Desta forma, nossa intenção é tornar viável esta pesquisa para a região
que sofre com a falta de recursos hídricos”, afirmou o jovem cientista
José Leôncio, durante anúncio do prêmio, em Brasília.
O experimento foi aplicado na produção de milho e sorgo, culturas que
eram mais sensíveis à salinidade da água, mas que responderam aos
testes com tolerância, tornando possível a utilização dessa mistura,
através da irrigação por gotejamento. “Ficou constatado que os níveis
salinos influenciaram em algumas variáveis, mas os teores de proteína na
planta não tiveram variação em função do aumento da salinidade”, disse o
professor orientador, José Francismar. O professor destacou ainda que o
que se acreditava de nível ideal de salinidade da água para que não
perdesse o rendimento era de 1.3, mas nos testes desenvolvidos foi
possível fazer os cultivos com salinidade de até 4,6.
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