Após uma semana percorrendo seis aeroportos das cidades-sede da
Copa do Mundo, o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, admitiu que
pelo menos um terminal não terá as obras de reforma e ampliação
concluídas - a menos de cinco meses do torneio. O aeroporto de Fortaleza
está com pouco mais de 25% das obras concluídas. Em Cuiabá, a situação
também é classificada como "grave".
"Claro que surpresa não foi", resumiu o ministro, na última
terça-feira, durante a inspeção em Fortaleza. Quem passa pelo terminal
enfrenta um caos viário no acesso, falta de sinalização, além de um
terminal com falhas de serviço. A prometida ampliação está ainda na fase
de vigas e em substituição, uma estrutura provisória de lona será
instalada no local.
As obras no Aeroporto Pinto Martins foram orçadas em R$ 311 milhões, e
iniciadas ainda em junho de 2012. Estavam previstas a ampliação do
terminal de passageiros, da área de embarque e desembarque e dos fingers
(pontes que ligam as salas de embarque até as aeronaves). A capacidade
projetada para o ano é de 8,6 milhões de passageiros, para um fluxo
esperado de 6,8 milhões de turistas.
"Não é possível continuar com esse nível de desempenho das
empreiteiras que ganham as licitações e não cumprem o cronograma",
afirmou o ministro. Segundo ele, a responsabilidade das falhas é das
empresas, que poderão ser punidas. "Não penso em punição agora. O
objetivo é resolver o problema."
Em Fortaleza, as empresas que realizam a obra são as mesmas que
venceram a licitação no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio. As
obras também estão atrasadas e devem ser assumidas pelas futuras
concessionárias.
Além dos atrasos, os trabalhadores da obra realizaram uma greve no
terminal na semana anterior à visita do ministro. Segundo o Sindicato da
Construção Civil do Ceará, eles estavam com os salários atrasados e sem
receber benefícios.
Segundo a Infraero, a estrutura provisória será semelhante à usada em
Londres durante a Olimpíada de 2012 e também no sorteio dos jogos da
Copa, na Costa do Sauipe, em novembro. O custo estimado é de R$ 3,5
milhões para a estrutura que terá bares, lanchonetes e lojas de
conveniência. A mesma solução será usada em outros terminais, como
Confins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário