segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Cenário político para eleições 2014 começa a ser definido

O deputado estadual Agnelo Alves, do PDT, afirmou neste mês que jamais viu tamanha indefinição política em ano de eleição. Pois a situação está perto de se definir. A julgar pelas notícias recentes, PMDB e PSD deverão disputar o Governo do Estado neste ano. A atual governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, corre por fora para ainda ser candidata.
Com relação ao PMDB, na última semana, finalmente, uma definição. Não com relação ao nome do candidato, mas sim a forma de escolha. Segundo o presidente estadual peemedebista, o deputado Henrique Eduardo Alves, a sigla deverá consultar as suas bases políticas no início deste mês para saber quem eles preferem na chapa majoritária para se aliar.

Ou seja: basicamente, vai ser definido se aceita as exigências do PT, se aliando ao partido e lançando a candidatura de Fátima Bezerra, consequentemente, tirando PSDB, DEM e PSB das alianças; ou se abre espaço para a potencial candidatura da ex-governadora Wilma de Faria, oferecendo para ela o espaço para concorrer ao Senado – e, ainda, permitindo que PSDB e DEM façam parte do chapão na proporcional.

Em março, o PMDB deverá escolher quem será o candidato ao Governo do Estado. Henrique Eduardo Alves e o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, defenderão o nome do ex-senador Fernando Bezerra. Contudo, a definição deverá ser feita, também, pelas bases do partido, em consulta realizada durante todo o mês.  Fechado aliança e candidato, a sigla parte para definir o projeto de Governo levado para a população.

“O povo do Rio Grande do Norte está cansado de frustrações. Coisas que se promete – educação, saúde, mobilidade, infraestrutura – é fácil esse discurso, mas como fazê-lo? Como buscar recursos? De que maneira operá-los? É isso que, com clareza, a gente quer propor ao Rio Grande do Norte para resgatar a credibilidade do povo do Estado na proposta política, da classe política. Esse é o principal. O interlocutor, nós temos nomes capazes, competentes, para representar esse pensamento do PMDB e dos partidos coligados”, afirmou Henrique Alves.

PT e PSD
Esse projeto do PMDB tem, atualmente, o apoio de PDT, PROS, PV, PR e PSDB. Anúncios,  ainda não oficiais, feitos em janeiro. Com relação ao PT, porém, é provável que os peemedebistas estejam bem perto de seguir por outro caminho. Afinal, no primeiro mês de 2014, a sigla de Fátima Bezerra confirmou que terá mesmo candidatura ao Senado e vetou, seguindo determinação nacional, qualquer aliança com partidos de oposição à reeleição de Dilma Rousseff na Presidência da República.

Assim sendo e com o desejo do PMDB de fazer a chapa mais ampla possível, já existe setores petistas defendendo que o partido “busque seu rumo”, não esperando mais pela definição peemedebista e optando, já, pela aliança com o PSD do vice-governador Robinson Faria, pré-candidato ao Governo.

Entre os defensores desse caminho para o PT, os ex-presidente do partido no RN, Geraldo Saraiva, o Geraldão do PT. “Para mim, o que representa o novo com experiência é a chapa Fátima Bezerra para o Senado e Robinson Faria para o Governo. Fátima porque é uma das deputadas mais atuantes hoje, teve uma evolução no mandato para essa candidatura ao Senado. A de Robinson é uma candidatura madura, lançada já há quatro anos, bem segmentada no eleitorado, que representa realmente o novo, mas com a experiência de um político que tem uma longa bagagem”, analisou Geraldão, na última semana.

PSB
Assim, o que se desenha com traços mais fortes com relação ao cenário político eleitoral de 2014 no RN são as chapas PSD/PT e PMDB/PSB. O partido de Wilma de Faria cresceu no final de 2014, mas com a aproximação das lideranças políticas do Estado às intenções peemedebista, é provável que a ex-governadora aceite mesmo fazer parte do projeto do PMDB e não se arrisca  uma candidatura isolada.

Contudo, essa ideia, segundo a presidente do PSB no RN, a própria Wilma, deverá ser feito só mais para frente, quando o partido fizer reuniões por todo o Estado, elaborando uma série de propostas para um projeto de Governo. “Nós vamos discutir temas importantes para a sociedade. Saúde, segurança e o problema do homem do campo. Por que é que a Emater não está funcionando? Por que não tem uma parceria maior com o MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário)? Por que tudo é tão lento?”, exemplificou Wilma.

DEM
Tida como descartada no final do ano passado, devido ao isolamento político do Governo e a desaprovação social, a governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, mostrou em janeiro que ainda pode ser candidata à reeleição. O nome dela foi defendido por Betinho Rosado, do PP, deputado federal e cunhado dela, e também pelo ex-deputado Ney Lopes.

Neste mês que se encerrou, Ney Lopes abriu o debate em torno da possibilidade de candidatura a reeleição dela, defendendo o Governo do DEM. A resistência,  porém, ainda seria do presidente nacional do partido, o senador José Agripino. Ao que parece, ele estaria preferindo abrir mão da candidatura de Rosalba para se aliar a outras siglas e viabilizar a reeleição do filho, Felipe Maia, na Câmara dos Deputados.

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