A mãe de duas crianças de 6 e 10 anos que têm epidermólise bolhosa congênita e moram na cidade de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte,
diz que a pomada usada para o tratamento das crianças não é fornecida
pela prefeitura desde dezembro do ano passado. A epidermólise bolhosa
congênita é uma doença rara, não contagiosa e que se caracteriza,
principalmente, pelo aparecimento de bolhas na pele. No mundo, a
incidência é de uma pessoa com a doença para cada grupo de 50 mil
habitantes.
Ivete Martins, mãe de Vitória, de 10 anos, e Pedro, de 6, explicou que
as crianças vivem enfaixadas e precisam trocar os curativos diariamente,
mas que desde meados de dezembro a prefeitura não fornece os
medicamentos necessários. “Nem a pomada para tratar as bolhas, nem o
óleo de girassol e nem a pomada que eles precisam usar quando a ferida
está curada, mas a pele está sensível, estão sendo fornecidas”, disse.
Ela relatou que existe um Termo de Ajustamento de Conduta em que estado
e município se comprometem a fornecer os medicamentos necessários para o
tratamento das crianças. Nesse TAC, o estado é responsável por fornecer
uma alimentação denominada Cubitan, que contribui para a cicatrização
das feridas, e os curativos de alto custo. Já o município, tem que
fornecer antibióticos, pomadas e curativos simples. “A prefeitura não
está entregando os remédios desde dezembro, eu estou dependendo de
doações para cuidar das crianças”, disse a mãe das crianças.
A coordenadora de assistência farmacêutica de Mossoró,
Roseane Lima, negou que os antibióticos não estejam sendo fornecidos,
mas confirmou que alguns medicamentos tiveram uma descontinuidade no
fornecimento no mês de janeiro. “As pomadas de curativo de uso rotineiro
estão em falta, mas nós já estamos com o processo de aquisição em
andamento e o fornecimento deve ser regularizado em breve. Mas todos os
outros medicamentos solicitados via receita médica por essa família
estão sendo fornecidos”, disse.
A mãe de Vitória e Pedro informou ainda que o estado vem cumprindo sua
parte no fornecimento de curativos de alto custo e do Cubitan e disse
que irá comunicar o Ministério Público sobre a desassistência por parte
da prefeitura.
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