terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Número de homicídios no RN preocupa Conselho de Direitos Humanos

Os números de homicídios no Rio Grande do Norte têm aumentado, apresentando um quadro onde a criminalidade faz mais vítimas a cada fim de semana. No último, mais de 10 mortes foram registradas. O crescimento da criminalidade foi tema da entrevista com o Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Marcos Dionísio.

“O ano de 2014 começou acelerado na incidência de homicídios na região metropolitana e alto Oeste. Natal já se aproxima das 100 mortes e temos preocupação em Macaíba e Ceará-Mirim e São José de Mipibú”, comenta.

O advogado comentou ainda Macaíba registrou 137 homicídios para 100 mil habitantes. “A taxa mais alta do Rio Grande do Norte. Enquanto isso, a média do Brasil é de 24,5”, detalha.

Durante a entrevista, Marcos comentou que a situação de Macaíba é alarmante e que os números do mapa da violência que serão divulgados este ano irá retratar o grave problema da cidade. “Falam sobre a rota do tráfico de drogas em Macaíba, mas eu não acredito nessa tese, até porque as vítimas não têm como se defender”, detalha. Mesmo assim, Marcos afirma que já uma associação entre jovens, drogas e homicídios.

“Na região metropolitana – que inclui Macaíba, Ceará-Mirim e Parnamirim – temos um mesmo perfil das vítimas de jovens e drogas”, comenta.

Outra preocupação do presidente do Conselho é em relação à inauguração do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. “Eu não tenho nenhum conhecimento sobre um reforço na segurança naquela área”, comenta. A mesma regra – de crescimento e aumento da insegurança – pode ser exemplificado também em Santa Cruz onde após a inauguração da estátua da santa, a cidade cresceu e cresceram também os números da insegurança.

Quando o assunto é Copa do Mundo, o tom de preocupação aumenta. "Eu sou, informalmente, que serão convocados 500 policiais do interior para cobrir o evento em Natal. E como ficará o interior? Descoberto? Isso seria um convite a deliquencia para migrar da região metropolitana para migrar para o interior", descreve.

O perfil dos homicídios no interior do Rio Grande do Norte contempla os jovens de 19 à 21 anos de idade; os adolescentes até 21 anos, mulheres e idosas. “No caso das mulheres e idosas, geralmente são vítimas de violência doméstica”, frisa.

A taxa de resolução dos crimes no Brasil é de 8%. “Aqui no Rio Grande do Norte no ano passado era de 6%. Eu desconfio que nós tenhamos esse ano além dos grupos de extermínio, tenhamos assassinos em série (serial killer), que vemos em filmes”, comenta.
Marcos Dionísio comentou ainda sobre o problema de divulgação dos homicídios feita pelo poder público. “Fazemos um rastreamento junto aos blogs, rádios e televisões porque o Governo do Estado não quer divulgar os dados”, disse.

O trabalho de rastreamento é feito há mais de 15 anos no Rio Grande do Norte com informações oficiais e não oficiais.
 
Sobre a subnotificação dos crimes, o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, comentou a parceria com o Ministério Público. “Cada promotoria vai verificar com as unidades de saúde as subnotificações para mapearmos os números. Quando acontece nos feriados, fins de semana ocorre muito isso”, justifica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário