Um professor de 52 anos e uma criança de seis anos
morreram na noite desta segunda-feira, 17, após caírem do 13º andar de
um prédio na Avenida Manoel Pedro Pimentel, em Osasco, na Grande São
Paulo. Edemir de Mattos e seu filho Ivan Pesquero de Mattos foram
encontrados mortos pela PM por volta das 22h30. A mulher do professor,
que diz ter sido agredida pelo marido, contou à polícia que ele estava
transtornado e se jogou da sacada.
Vizinhos relataram ter ouvido um barulho estranho vindo do
apartamento e tentaram abrir a porta, mas não conseguiram entrar. A
mulher, uma química de 49, afirmou à polícia que o marido, com quem
estava casada havia 7 anos, era muito nervoso e costumava ser agredida
por ele.
Segunda ela, o professor tinha o trauma de um casamento
anterior no qual não pode mais ver sua outra filha após a separação e
costumava a dizer que poderia matar o filho ou fugir com ele. Na noite
de segunda, ele teria tido um acesso de raiva sem nenhuma explicação e
começado a ameaçar a matar o filho e se suicidar.
Pelo relato da vítima, a mulher preparava um lanche para o filho
quando Mattos começou a ficar agressivo sem um motivo aparente. Na
sequência, ele teria agredido a química com socos e pontapés. Marcas de
sangue foram encontradas em todo o apartamento pela polícia. Quando a PM
foi acionada, a vítima estava no térreo, com o rosto ensanguentado e
precisou ser levada para o Pronto-Socorro do Hospital Municipal Antônio
Giglio, em Osasco.
A PM também encontrou uma faca branca usada pelo pai para cortar a
tela de proteção da sacada. Um vizinho contou à polícia que viu o
professor com as pernas do lado de fora da sacada e procurou dissuadí-lo
de pular. Mattos, segundo essa testemunha, não deu ouvidos. O vizinho
chamou outros moradores para tentar arrombar a porta, sem sucesso.
A
testemunha contou que a criança, que chorava muito, foi pega no colo
pelo pai. O menino implorava para que o pai parasse com a ameaça.
A mulher teria gritado ao marido: "Seu filho, seu filho". Esse vizinho
também cortou a tela da sua sacada, mas mesmo assim disse que não
conseguiu impedir que o professor saltasse com a criança no colo. O pai
teria dito a ele: "Não vem não, que eu pulo".
A mulher não informou por que não abriu a porta do apartamento aos
vizinhos, de acordo com a polícia. O caso foi registrado no 5º Distrito
Policial de Osasco (Centro), mas
será investigado pelo 9º Distrito Policial como lesão corporal,
violência doméstica e homicídio.
O Estadão
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