Um protesto de policiais civis contra a superlotação dos centros de triagem de detentos em Natal
deixou seis suspeitos de roubos de veículos algemados em meio a avenida
Ayrton Senna, uma das mais movimentadas da zona Sul da capital. O
protesto aconteceu na manhã desta quinta-feira (13) em frente ao Centro
de Detenção Provisória do conjunto Pirangi.
De acordo com agente de polícia Jair Dantas, a situação dos CDPs está
insustentável. "A gente não aguenta mais. Nós temos presos que voltaram
das delegacias de plantão da zona Sul, da zona Norte e da delegacia de
Defraudações. Vamos ter que ficar aqui o dia todo? Tem que acabar com
essa situação", disse.
Em novembro do ano passado, quatro presos aguardaram por transferência
por mais de 12 horas, oriundos do mesmo centro de triagem. Na última
segunda-feira (13), um
homem suspeito de matar a mãe queimada também foi encaminhado para a
unidade juntamente com outros três detentos, mesmo ela operando
superlotada. Segundo Dênis Araújo, chefe de investigação do
Delegacia de Plantão da zona Sul de Natal, a direção do CDP de Pirangi
chegou a não querer receber os detentos em razão da superlotação.
"Levamos eles para lá e, a princípio, eles não foram recebidos, pois de
acordo com a direção não havia vagas", explicou.
CDPs no RN
Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte
(Sejuc), são 20 os centros de detenção provisória em todo o estado,
sendo seis em Natal e 14 no interior. Em todos eles, a superlotação é um
problema constante. Em nota, a Sejuc disse que "está empenhada para
amenizar o problema de falta de vagas no sistema, através de projetos de
reformas e construção de novas unidades".
Ainda em nota, a Sejuc explicou que as unidades prisionais do estado
estão interditadas e só podem receber novos presos com autorização
judicial. Mesmo assim, só recebe "à medida que apareçam novas vagas no
sistema penitenciário, com a saída de presos através de alvarás de
soltura ou progressão de regime".
G1
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