Como é tradicional
na maior festa popular do país, muitos foliões, além da alegria, descontração e
samba, exageram no consumo de bebidas alcoólicas, causando alguns tipos de
arritmias cardíacas, dentre elas o infarto do miocárdio que, segundo dados da
Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN), provoca na Grande Natal cerca
de 620 mortes por ano.
“Entre os principais fatores de risco para o
folião está a associação álcool-bebidas energéticas”, alerta Severina Pereira,
subcoordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos não Transmissíveis (DANT) da
Sesap.
Para ela, essa
associação pode estragar a festa do folião porque ao tomar o energético as
pessoas abusam dos limites do próprio corpo.
“O consumo
excessivo dessa mistura, aliado ainda à privação do sono e ao calor das cidades
brasileiras no verão, pode funcionar como catalizador para a geração de algumas
arritmias cardíacas”, alerta ela.
O infarto agudo do miocárdio - IAM (conhecido
como ataque cardíaco), é uma das manifestações da doença arterial coronariana,
caracterizada pela formação de coágulos na parede das artérias coronárias que
interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria.
Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são as
primeiras causas de morte no mundo e de acordo com o Ministério da Saúde 28,6%
da população do Brasil morre por este problema.
Dados da Sesap mostram que em todo o Rio
Grande do Norte, em 2011, foram registradas 1.631 mortes por ataque cardíaco.
O maior número de
óbitos ocorre na Grande Natal com maior incidência na capital (620 óbitos/ano).
A avaliação por
sexo e idade mostra que 58,5% dos óbitos ocorreram no sexo masculino e 24,5% na
faixa etária de 30 a 59 anos.
Com o avanço do envelhecimento populacional,
os problemas típicos da terceira idade, naturalmente, também tomam maiores
proporções. Os riscos de infarto aumentam no homem após os 45 anos de idade e
na mulher após 55 anos ou depois da menopausa.
Do número de
mortos por infarto no RN, cerca de 399 óbitos ocorreram na faixa etária de 30 a
59 anos, com um risco de mortalidade de 34,53/100 mil habitantes.
“Por esses motivos, é importante cuidar da
saúde desde cedo, alimentando-se de maneira saudável, evitando sal e gorduras e
mantendo uma dieta rica em frutas, legumes e verduras”, aponta Severina Pereira
que ainda recomenda não fumar, evitar álcool, praticar atividades físicas e
controlar as doenças já existentes, como colesterol alto, hipertensão arterial
e diabetes.
Para os portadores
de alguma doença cardiovascular, ela esclarece que o mais correto é que estes
se submetam à avaliação médica cardiológica para realizar atividade física e
ingestão de bebidas.
“Desta forma,
estarão mais seguros e poderão aproveitar a folia de maneira saudável, porém
com moderação”, finaliza.
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