O aumento dos preços para os produtores (de 0,07% em fevereiro para
1,65% em março) é um indicativo de que os alimentos ao consumidor devem
continuar a subir, afirmou hoje o superintendente adjunto de Inflação do
Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV),
Salomão Quadros. A alta do preço dos alimentos aos consumidores, item
dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), foi de 0,61% para
1,21% neste mês. A alimentação no domicílio passou de 0,39% para 1 35%.
O principal fator para o aumento neste mês são as hortaliças e os
legumes, que são produtos in natura e têm os efeitos repassados dos
produtores para os consumidores mais rapidamente. A alta neste caso foi
de 0,05% para 11,62%, com influência, por exemplo, do tomate e da batata
inglesa (aumentos de 31,05% e 9 29%, respectivamente).
“As matérias primas subiram, a indústria está começando a repassar os
reajustes, mas o que está chegando muito rápido aos consumidores são os
produtos in natura”, diz Quadros.
Entre os produtos industrializados, é mais evidente o aumento nos
laticínios, efeito da alta do leite. O leite longa vida, por exemplo,
passou de uma queda de 6,88% para retração de 0,76%, com tendência de
alta.
O avanço nos alimentos ao consumidor, no entanto, não é generalizada.
O preço da carne bovina variou de 1,61% para 0,76% e do óleo de soja de
0,69% no mês passado para 0,48%.
Para o especialista, o custo da alimentação continuará pressionado em
abril, mas de forma diferente. “Os produtos in natura, que hoje lideram
a alta, devem ceder lugar para os processados, dando um ‘certo alívio’
para o índice”, avaliou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário