quarta-feira, 19 de março de 2014

Taxistas de Natal cobram melhorias nas condições de trabalho para categoria

YU4Y54Y3Y43Y3Falta mobilidade, fiscalização, segurança e reconhecimento profissional. É assim que os taxistas de Natal definem o dia a dia de trabalho na capital potiguar. Os problemas da categoria foram apresentados à sociedade durante audiência pública realizada nesta terça-feira (18), na Câmara Municipal de Natal (CMN), de modo a alertar a administração municipal sobre a necessidade de novas políticas públicas.

Segundo argumentou o vereador Aroldo Alves (PSDB), propositor da audiência, a Casa Legislativa irá encaminhar à Prefeitura de Natal e aos órgãos competentes um relatório contendo todo o diagnóstico de trabalho desses profissionais, com o objetivo de fomentar a discussão e buscar soluções aos problemas enfrentados.

“Hoje os taxistas enfrentam problemas básicos, que vão desde locais para estacionamento até a falta de segurança nas ruas. Iremos apoiá-los na conquista de políticas que venham a beneficiá-los. Eles compõem uma categoria totalmente excluída do sistema social em que vivem e precisam de alguém que olhe por eles. Hoje estamos colocando a realidade em debate e amanhã iremos pressionar o poder público”, destacou Aroldo Alves.

O presidente do Sindicato dos Taxistas, Wdarlan Rodrigues, criticou que, em Natal, os motoristas de táxis não podem usufruir direito de seu principal meio de trabalho. “Para nós, a pior coisa que enfrentamos é a mobilidade. Está impossível andar na cidade em meio a tantas obras e congestionamentos. Como um taxista pode trabalhar se não há mobilidade? Desse jeito a gente perde inúmeras corridas e vive estressado”, afirmou.


Wdarlan informou que o sindicato cobra frequentemente à Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) condições de fiscalização, além de segurança principalmente aos trabalhadores de escala noturna. “Nós não contamos com a ajuda de agentes em locais estratégicos da cidade, nem de segurança para quem trabalha à noite. Muitos preferem cumprir uma carga horária extensa durante o dia para não precisar trabalhar de noite, enquanto que os que rodam nesse período só respondem aos chamados de rádio. Trabalhar diariamente ao lado da insegurança é de maltratar qualquer um”, desabafou o sindicalista.

Atualmente, a capital potiguar conta com 1.010 placas de táxi credenciadas e mais de 700 outras consideradas clandestinas. “Além de tudo o que enfrentamos, ainda temos que combater essa concorrência desregular ao sistema. Gostaríamos que o município nos ajudasse nesse enfrentamento”, disse Wdarlan Rodrigues.

Sobre a realização da Copa do Mundo em Natal, os taxistas se incluem na categoria dos que não se beneficiarão com a realização do evento. A qualificação em outro idioma falado, por exemplo, é uma realidade considerada ilusória, já que muitos não podem perder as corridas e, consequentemente, deixar de faturar.

Joselito Gonçalves, que está na profissão há 27 anos, disse que o país está visando apenas o Mundial. “Tudo hoje gira em torno da Copa. Ela irá acabar e nós continuaremos com esse fluxo cruel de carros nas ruas. A mobilidade em nossa cidade não será solucionada com a Copa. Na verdade, em Natal não existe um só gestor com especialidade em mobilidade urbana. Do jeito que estamos, permaneceremos. E quem pagará o preço é o passageiro, que continuará enfrentando trânsito pesado e pagando mais caro pelo serviço”, disse.

Para a audiência pública na CMN era esperada a participação de representantes da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Seturde), Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e do Departamento de Trânsito (Detran). Enquanto a reportagem d’O Jornal de Hoje esteve no local, nenhum desses representantes havia comparecido.

O Jornal de Hoje 

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