Turistas e participantes dos jogos da Copa do Mundo no país devem
estar alertas para o aumento do número de casos de sarampo no país nos
último anos. Em 2013, o Ministério da Saúde registrou 201 casos de
sarampo, número cinco vezes maior do que o surto detectado em 2011 e 100
vezes maior do que os números de 2012 (dois casos). Neste ano, 74 casos
haviam sido notificados até o início de fevereiro, sendo 70 deles no
Ceará e quatro em Pernambuco. Metade desses casos foi detectado em
menores de 1 ano de vida e a maioria entre pessoas sem esquema vacinal
completo.
O pediatra e especialista em doenças infecciosas
pediátricas do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do
Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Leonardo Menezes explicou
que os viajantes que tiverem as vacinas desatualizadas ou faltantes
devem tomá-las dentro de um prazo de 15 dias antes da viagem ou evento.
“A
cada ano temos uma média de 5% de crianças que não são vacinadas no
país e conforme os anos vão passando temos uma porcentagem maior da
população suscetível à doença”, explicou. “E como a doença é altamente
transmissível, as chances de se ter um surto ou epidemia aumentam”. O
médico orientou que crianças menores de 6 meses evitem viajar para esses
destinos dos grandes eventos.
Menezes alertou que embora as
chances de que alguém com sarampo entre no país sejam pequenas, os
brasileiros que participarem dos jogos ou que estiverem na cidade sede
dos eventos também devem checar se a carteira de vacinação está em dia e
procurar um posto de saúde caso não esteja imunizado contra o sarampo.
O
sarampo é uma doença infecciosa, viral e muito comum na infância,
transmitida por secreções das vias respiratórias, como gotículas
eliminadas pelo espirro ou pela tosse de pessoas infectadas. O período
de incubação, entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é de cerca
de 12 dias e a transmissão pode ocorrer antes da manifestação da doença e
estender-se até o quarto dia depois do aparecimentos das placas
avermelhadas na pele.
Os principais sintomas após o período de
incubação são febre alta, tosse, conjuntivite não purulenta, fotofobia e
coriza. Depois de dois a três dias, nota-se pequenas lesões na mucosa
bucal e lesões vermelhas no corpo. As manchas se tornam acastanhadas com
descamação fina da pele após três dias. As complicações da doença podem
ser diarreia, vômitos, hemorragias, convulsões, encefalites, pneumonia
bacteriana secundária e hepatite. Não há tratamento específico
disponível.
A vacina do sarampo é recomendada aos 12 meses de
vida, por meio da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e aos 15
meses de vida (reforço), com a tetra viral que protege a criança do
sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
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