O Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública foi
pego de surpresa com a criação de um projeto paralelo para a Lei
Orgânica e Estatuto do ITEP, enquanto o original, que vinha sendo
debatido e fundamentado há quatro anos, com participação dos servidores,
desapareceu. Desta forma, o SINPOL-RN entende a manobra do Governo do
RN e da diretoria do ITEP como um golpe aos trabalhadores daquele órgão.
Diante dessa surpresa e mesmo não sendo mais recebido pela diretora
do ITEP, Raquel Taveira, que alega não ter tempo, o Sindicato irá tratar
do assunto com o secretário de Segurança Pública, em uma reunião já
agendada para a próxima segunda-feira (14).
“Os servidores do ITEP estão há quatro anos lutando pelo projeto do
Estatuto e Lei Orgânica e já esperavam que ele fosse enviado para a
Assembleia Legislativa, tendo o Governo do RN não cumprido prazo
estabelecido em Termo de Ajustamento de Conduta. Já estávamos para
entrar na Justiça para localizar o processo que está desaparecido no
Gabinete Civil quando descobrimos que existe um processo paralelo, que
não vai contemplar os servidores no geral e só trará benefícios para um
pequeno grupo de peritos da criminalística”, afirma Renata Pimenta,
vice-presidente do SINPOL-RN.
Isso, inclusive, já havia sido feito em 2008, quando esse mesmo grupo
tinha feito um projeto criando Estatuto só para eles. Na época, o
SINPOL-RN conseguiu que esse processo fosse retirado de pauta da
Assembleia Legislativa, demonstrando que não atendia às necessidades do
Instituto e permitiria as mesmas situações de imoralidade, de desvios de
funções e coordenações dirigidas por pessoas não qualificadas.
“Vale lembrar que esse pequeno grupo de peritos da Criminalística,
aliás, já respondeu administrativamente e foi punido pela falta de
produção de laudos no ITEP. Até hoje, esse problema persiste, tendo em
vista que mais de quatro mil laudos estão inconclusos e, por isso, foi
preciso a Força Nacional intervir para ajudar”, destaca Renata.
O outro processo criado pela diretoria do ITEP e que o Sindicato quer
notícias é o de devolução de servidores. Sobre isso, a vice-presidente
do SINPOL-RN afirma: “somos favoráveis à retirada dos cargos
comissionados, mas queremos um Estatuto para regulamentar a função dos
servidores que estão naquele órgão ao longo de décadas. Só o Estatuto
original, aprovado pela Consultoria em junho, atende essa necessidade.
Isso porque ele foi feito em conjunto pelo Governo do Estado, Direção do
ITEP e SINPOL-RN, que é o representante legítimo e legal, conforme
estabelece o Ministério do Trabalho”.
Ela completa ainda declarando: “queremos crer que essa mudança no
Estatuto não seja uma tentativa da perpetuação da atual diretora, já que
pelo Estatuto original, os cargos de comando do ITEP seriam preenchidos
pelo corpo técnico em final de carreira”.
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