Com a inflação em disparada, a ponto de
estourar o teto da meta, de 6,5%, às vésperas da eleição presidencial, o
governo praticamente bateu o martelo: não autorizará nenhum reajuste da
gasolina até que sejam proclamados os resultados das urnas, em outubro
próximo. Mesmo que isso signifique sacrificar ainda mais o caixa da
Petrobras, que está no centro de uma das mais graves crises políticas da
administração Dilma Rousseff. “Se a gente não quer inflação e o preço
do combustível impacta o custo de vida, (a Petrobras ) segura mais um
pouco”, afirmou ontem ao Correio Braziliense o presidente nacional do
PT, Rui Falcão.
A ordem é não dificultar ainda mais o
trabalho do Banco Central, que hoje elevará a taxa básica de juros
(Selic) de 10,75% para 11% ao ano, na tentativa de conter a disseminação
de reajustes. O governo sabe que, na avaliação dos
consumidores-eleitores, inflação pesa muito mais que juros na hora de
eles votarem. “Por enquanto, não há aumento de combustíveis à vista.
Antes que isso aconteça, teremos de ver um quadro mais tranquilo para a
inflação, o que não é possível agora”, disse um técnico da equipe
econômica, com trânsito no Palácio do Planalto. “Inflação alta não
combina com candidatura à reeleição”, acrescentou.
“No início do
ano, tinha uma despesa 30% menor que a de agora. Mas, infelizmente, não
temos como fugir. Os preços são os mesmos em todos os lugares, como se
houvesse uma combinação entre os postos”, assinalou. “O pior é que não
acredito em melhora da situação tão cedo. Outros aumentos virão”,
desabafou.
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