Se a segurança no Rio Grande do Norte passa por um momento
complicado, a situação deve piorar na próxima semana. Reivindicando a
homologação da Lei de Promoção de Praças e melhorias nas condições de
trabalho, os Policiais e Bombeiros Militares só Irã esperar até o fim
desta quarta-feira (16) por uma resposta do Governo sobre as
reivindicações para decidirem se entram em greve na próxima terça-feira
(22).
“Estamos acampados desde terça-feira da semana passada (8 de abril) e
tivemos com o secretário de segurança (General Eliéser Monteiro). A
única coisa que ele nos disse era de que não iria negociar conosco
enquanto estivéssemos acampados na Governadoria. Achamos essa atitude
totalmente autoritária. Ele está chegando agora, pegando o bonde andando
e está tendo esse tipo de atitude. O nosso acampamento não está
atrapalhando nada. O Governo encerrou o diálogo e iremos entrar em greve
na próxima terça-feira”, destacou o presidente da Associação de Cabos e
Soldados do Rio Grande do Norte, Roberto Campos.
A principal reivindicação segue sendo a homologação da Lei de
Promoção de Praças, que estaria “engavetada” no Gabinete do Governo do
Estado desde 2012. “Atualmente a pessoa que entra nas corporações não
têm expectativa de ascensão. Com 30 anos de serviço um policial militar
se aposenta, mas existem casos que a pessoa se aposenta como soldado.
Queremos que isso mude. Essa Lei está desde 2012 e os governantes sempre
falam que ela está perto de sair. Mas desde 2012 que ela está perto de
sair”, afirmou o soldado Rodrigo Maribondo, presidente da Associação de
Bombeiros do Estado.
“O Rio Grande do Norte é o único Estado do Brasil onde as corporações
da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros são formadas basicamente por
soldados. A Lei de Promoção de Praças está de acordo com o comando
geral da PM e do Corpo de Bombeiros. Hoje um soldado da Polícia Militar
recebe R$ 2200, é o menor salário da segurança. Um agente penitenciário
recebe R$ 3200. Um policial civil recebe R$ 2800, que é o salário de um
soldado quando ele vai para a reserva. É um absurdo. É completamente
desproporcional. Temos a necessidade urgente de corrigir esse erro
histórico”, completou Roberto Campos.
Apesar de a Lei de Promoção de Praças ser a principal reivindicação
dos manifestantes, outros pontos também são questionados. Segundo os
policiais, a condição de trabalho no dia a dia precisa melhorar. “Hoje
várias viaturas da polícia estão totalmente erradas em relação às leis
de trânsito. Sucateadas. Em condições que deixam os próprios policiais
em risco na hora de trabalhar. Faltam equipamentos básicos, como
coletes, armas e munições. Totalmente desacordo, o que prejudica o
trabalho do policial e deixa a sociedade insegura”, frisou Eliabe
Marques, presidente da Associação dos Subtenentes E Sargentos Policiais
Militares e Bombeiros do RN (ASSPMBM-RN).
Além de tudo o que já foi dito, a alimentação também é motivo de
grande revolta por parte dos manifestantes. Segundo eles, os vales para
refeições foi cortado por parte do Governo e a qualidade das comidas tem
deixado a desejar. “Atualmente nos alimentamos apenas por meio de
quentinhas que são fornecidas. Porém, várias vezes os policiais
reclamaram da qualidade da comida, que visivelmente estavam bem
comprometidas e sem condições alguma de servir de alimento”, explicou
Eliaber.
O Coronel Araújo, comandante geral da PM do RN, anunciou recentemente
o possível retorno dos vales de alimentação para os PMs que trabalham
nas Unidades Operacionais, afirmando que já existe uma licitação em
andamento no valor de R$ 7 milhões para custear a alimentação dos
policiais. O Jornal de Hoje tentou contato com o titular da Sesed,
General Girão Monteiro, mas não conseguiu retorno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário