O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte
(Sindasp-RN) está solicitando ao Governo do Estado uma intervenção de
equipes de saúde na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró, e
na Cadeia Pública de Caraúbas, ambas na região Oeste potiguar. De acordo
com Vilma Batista, presidente do sindicato, a medida é necessária em
razão do falecimento do agente penitenciário Daniel Luz na madrugada da
quarta-feira, dia 28. A família, que pediu para não se pronunciar por
enquanto, afirma que o atestado de óbito de Daniel aponta a meningite
como causa da morte.
De acordo com Dinorá Simas, coordenadora do sistema penitenciário do
estado, a primeira informação que ela recebeu foi de que o agente havia
sido vítima de hepatite. Ela disse que aguarda o atestado de óbito para
tomar providências. “Até para darmos entrada no setor pessoal,
precisamos da comprovação da causa da morte. Estou esperando este
documento”, explicou.
“Possivelmente ele pegou a doença na Penitenciária Mário Negócio,
onde trabalhava, pois começou com uma gripe, depois uma infecção no
ouvido. Agora, estamos solicitando às autoridades da Secretaria Estadual
de Saúde que enviem equipes para aquela unidade”, afirma Vilma Batista.
A preocupação com a doença veio à tona após a morte do estudante
universitário André Donaldson Mendes, de 23 anos. O jovem morreu no
último dia 24, em Natal, vítima de meningococcemia, que é a forma mais
grave de infecção pela Neisseria meningitides (meningococo). André era
aluno do curso do Bacharelado de Ciências e Tecnologia (BCT) da Escola
de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN.
Um dia antes da morte do agente penitenciário, ou seja, no dia 27, a
Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Suvige) da Secretaria de
Estado da Saúde Pública (Sesap) revelou que, de janeiro até aquela data o
Rio Grande do Norte havia registrado 46 notificações de casos suspeitos
de meningite. Destes, 10 casos foram da forma considerada mais grave da
doença (a meningocócica) – dos quais quatro pessoas haviam morrido.
De acordo com Stella Leal, subcoordenadora de vigilância
epidemiológica, apesar da ocorrência dos quatro óbitos até então, a
situação ainda não pode ser caracterizada como surto ou qualquer outro
evento que possa representar perigo, “pois esses registros encontram-se
em número e comportamento semelhante ao observado em anos anteriores no
Rio Grande do Norte”, afirma. Em 2013, de janeiro a dezembro, foram
confirmados pela Sesap 96 casos de meningite, com 13 mortes.
G1/RN.
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