Foi
uma surpresa a confirmação da entrevista com Erasmo Carlos marcada
antes que seu filho, Alexandre Pessoal, sofresse um acidente de moto no
Rio, dia 7 de maio. "A entrevista está confirmada", escreveu sua
assessoria de imprensa. E no local e hora combinados, Barra da Tijuca,
tarde de 12 de maio, casa de Erasmo, ele estava lá, no sofá ao lado da
piscina, abatido, mas afiado para falar de seu disco novo e de qualquer
assunto para o qual a entrevista escorregasse. Biografias não
autorizadas, injustiças de Facebook, alienações da Jovem Guarda.
Alexandre Pessoal não resistiu aos ferimentos do acidente e morreu dois dias depois. O cantor cancelou o show que faria em São Paulo no último sábado e se recolheu. Sobre a perda, falou apenas em seu Twitter. "A grandeza do amor é sempre se tornar inteiro, mesmo perdendo uma grande parte. Adeus, meu Gugu querido, jamais esquecerei você."
Alexandre Pessoal não resistiu aos ferimentos do acidente e morreu dois dias depois. O cantor cancelou o show que faria em São Paulo no último sábado e se recolheu. Sobre a perda, falou apenas em seu Twitter. "A grandeza do amor é sempre se tornar inteiro, mesmo perdendo uma grande parte. Adeus, meu Gugu querido, jamais esquecerei você."
No início desta semana, veio a confirmação de que Erasmo voltaria para a
estrada. Amanhã, ele sobe ao palco do Vivo Rio para seus primeiros
shows de Gigante Gentil, título do disco novo, inspirado pelo apelido
que ganhou da cantora Lucinha Turnbull nos anos 70. Há canções inéditas
como Sentimentos Complicados (sua primeira parceria com Caetano) e
Manhãs de Love (com Arnaldo Antunes).
Durante a conversa, Erasmo adiantou que sua vida vai virar um filme.
Baseado em seu livro de memórias Minha Fama de Mau, de 2009, terá
direção de Lui Faria e, provavelmente, o ator Mateus Solano no papel
principal, o de Erasmo Carlos. "Ele está lendo o roteiro."
Ainda quando tinha esperanças de ter Alexandre de volta, recuperado do
acidente, Erasmo respondeu assim à pergunta sobre o que o movia para que
conseguisse tocar a vida. Sua resposta pode explicar o fato de ter
recolocado o trem nos trilhos dez dias depois de perder Alexandre: "O
show não pode parar, bicho. Eu e meus filhos trabalhamos com música e
temos um pacto: o que acontece com um não deve impedir os outros de
seguir em frente. Entendo que outras pessoas parem suas vidas para
chorar, mas isso não resolve. Você pode mandar pensamentos positivos a
todo instante, de qualquer lugar". O show de Erasmo, que já havia ido ao
inferno pela primeira vez em 1995, com o suicídio de Narinha, o amor de
sua vida, não parou.
Estadão
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