Joana Saragoça, filha do ex-ministro José Dirceu, disse em texto
nesta segunda-feira que o pai não recebe privilégios no Complexo
Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, ao contrário do que
afirmou a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). Esta disse que Dirceu está
em uma cela “maior e mais iluminada”, com televisão, micro-ondas e
chuveiro quente.
A deputada fez parte de uma comissão que visitou o ex-ministro. Os
demais parlamentares eram Arnaldo Jordy (PPS-PA), Jean Wyllys (Psol-RJ),
Nilmário Miranda (PT-MG) e Luiza Erundina (PSB-SP). O relatório da
comissão indicou que não há privilégios para Dirceu em relação aos
demais presos, nem nada que impeça que ele saia do presídio para
trabalhar.
“A cela em que meu pai fica tem uma goteira logo na entrada. Ela não é
bem iluminada. São três lâmpadas fluorescentes penduradas por fios que
mal iluminam todo o ‘quarto’, tornando ler na cela uma tarefa bem
difícil. A televisão é pequena (de 19 polegadas), sem entrada USB ou
DVD. Zé Dirceu assiste apenas a televisão aberta, como podem fazer todos
os internos de bom comportamento”, diz o texto, publicado no site O
Diário do Centro do Mundo.
Joana afirma que a comida que o pai recebe é a mesma de todos os
detentos. Alguns presos, explica, têm micro-ondas – mas o pai não, nem
pediu que a família arranjasse um aparelho.
A filha do ex-ministro diz ainda que ele estava sozinho na cela
porque “todos que passaram por lá já tiveram o trabalho externo
concedido. Aliás, Zé Dirceu é o único preso do CIR (Centro de Internamento e Reeducação) com proposta de emprego esperando a autorização sair”. Ela diz ainda que, desde ontem, o pai não está mais sozinho na cela.
“Enfim, não há regalias ou privilégios, como a própria Comissão de
Direitos Humanos da Câmara atestou em seu relatório, já público. Também
nunca houve telefonema, como três investigações internas e da própria
Vara de Execuções Penais já concluíram. Não existe motivo para não
conceder o trabalho externo ao meu pai. Falo como filha, mas esta também
é a opinião do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já se
manifestou há mais de 20 dias a favor da liberação para o trabalho
externo”, explica.
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