O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quer que a Polícia
Federal deixe de cuidar de questões burocráticas e administrativas como a
emissão de passaportes, passando esta atribuição para outra pasta,
como, por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores. “Seria o
ideal”, tem dito o ministro Cardozo, que já discutiu o tema com a
Polícia Federal, mas ainda não tratou da possibilidade de transferência
de função da PF para o Itamaraty com a presidente Dilma Rousseff. Na
avaliação do ministro, com a saída deste papel burocrático, a Polícia
Federal poderia se dedicar mais a desempenhar o papel de polícia
judiciária, se concentrando mais na inteligência e nas investigações.
A proposta tem o apoio da Polícia Federal, que já terceirizou a
emissão de passaportes desde a administração do ex-ministro Tarso Genro,
no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste novo
modelo, que ainda é objeto de estudo no MJ, a PF passaria a controlar
apenas as informações sobre os passaportes, analisando os registros de
entrada e saída de pessoas do País, assim como a realização das
investigações.
Como quase a totalidade do trabalho de emissão dos passaportes é
executado por funcionários terceirizados, a transferência para outro
órgão não é considerada um problema, ainda mais que hoje, o passaporte
brasileiro já foi modernizado e é tido como de difícil falsificação.
Dentro do governo, há quem defenda a criação de um novo órgão que
poderia passar a executar esta tarefa. Atualmente, o Itamaraty já é
responsável pela emissão de passaportes diplomáticos e oficiais. Em
2013, a Polícia Federal bateu recorde de emissão de passaportes para
brasileiros. Foram expedidos 2.131.112 documentos no ano passado, um
aumento de 9,5%, em relação a 2012, quando foram emitidos 1.943.370
passaportes. Em 2003 foram expedidos 713.578 passaportes.
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