quinta-feira, 22 de maio de 2014

Professores da Ufersa interditam BR-110

A interdição da rodovia federal pelos servidores da Ufersa começou às 7h e foi até o fim da manhã – Foto Ednilto NevesUm trecho da Avenida Francisco Mota, BR-110, foi interditado por diversas vezes na manhã de ontem, 21, devido a um protesto dos professores da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). A mobilização foi realizada próximo ao semáforo em frente à instituição e contou com o apoio de alunos e técnicos administrativos que estão em greve desde o dia 17 de março.

A interdição da rodovia federal começou às 7h e foi até o fim da manhã. Em pequenos intervalos de tempo os manifestantes ocupavam a pista exibindo faixas, cartazes, distribuindo panfletos e fazendo apitaço.

A ocupação se dava por alguns segundos nos momentos em que o semáforo ficava vermelho para quem trafegava pela BR ou de forma aleatória por alguns minutos, independentemente do funcionamento do equipamento de sinalização de trânsito.

Os veículos tiveram que fazer desvios pelo acostamento ou pela área que fica entre a rodovia e a entrada do campus oeste da Ufersa. Ônibus, caminhões e carretas tiveram mais dificuldade em fazer as manobras.

Os docentes aprovaram a realização da manifestação ainda na semana passada. Outras universidades federais do país também realizaram mobilizações contra a falta de diálogo e propostas do Governo Federal.

Neste final de semana haverá uma reunião em Brasília dos grevistas com o Ministério da Educação (MEC). Caso as conversas não avancem, a categoria ameaça entrar em greve por tempo indeterminado. A definição sairá em uma assembléia na próxima semana.


Um dos pontos que mais decepcionaram os educadores foi o cancelamento de uma reunião que estava marcada para ontem, 21. “Já estava marcada essa conversa. Quando foi hoje [ontem] o secretario Paulo Speller, da Secretaria de Educação Superior (SESU) do MEC, desmarcou dizendo que tenha uma viagem para fazer. Isso só mostra a falta de compromisso do governo com nosso movimento”, informa José Torres Filho, presidente da Associação dos Docentes da Ufersa (ADUFERSA).

A valorização salarial, a reestruturação da carreira, melhorias das condições de trabalho e garantia de autonomia são os quatro principais eixos da pauta de reivindicações.

REFORÇO
Em greve há 67 dias, os técnicos administrativos apoiaram a manifestação também como forma de chamar a atenção para a própria pauta de reivindicações que contempla o aprimoramento do Plano de Cargo, Carreira e Salários, ascensão funcional, jornada de trabalho de 30 horas sem redução salarial, democratização na universidade, entre outros pontos.

“Sabemos que, infelizmente, protestos sempre causam transtornos. Mas era preciso chamar atenção da sociedade e do governo para essa situação que estamos enfrentando na educação”, explicou Francimar Honorato, diretor do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação Superior do Rio Grande do Norte (SINTEST/RN).

Segundo ele, o governo não mostra qualquer sinal de que quer negociar com os grevistas. “Estamos completando hoje [ontem] 66 dias de paralisação e somente no 60º é que o Mec chamou para conversar. Tivemos uma grande decepção: eles não aceitam discutir nada que tenha impacto financeiro”, acrescenta Honorato.

Gazeta do Oeste 

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