Milhares de trabalhadores rurais de todas as partes do Estado são
esperados amanhã e quarta-feira (21), a partir das 8h, para a realização
do 18º Grito da Terra Rio Grande do Norte, com concentração nas
proximidades da sede do INCRA. A ação é uma iniciativa da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Norte (Fetarn),
em parceria com seus 10 Polos Sindicais e 163 sindicatos filiados.
A pauta de reinvindicações contempla a busca de melhorias para as
diversas comunidades rurais do Estado, que sofrem as consequências da
longa estiagem no semiárido potiguar. O evento já entrou para o
calendário do homem do campo, que se desloca para a mobilização em
Natal.
A Diretoria da FETARN, em conjunto com a delegação participante,
iniciará um amplo processo de negociação, seguindo os pontos constantes
na pauta reivindicatória, que inclusive já foi protocolada nos diversos
setores dos Governos Federal e Estadual.
Durante os dois dias, os sindicalistas e agricultores familiares
ficarão mobilizados na Capital do Estado, protestando e negociando com
os diversos órgãos de Governo, como INCRA, Delegacia Federal do MDA,
Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria Estadual de Agricultura,
agentes financeiros e outros.
Dentre as políticas anunciadas pelos governantes, a FETARN destaca que a
grande maioria ainda não está sendo implementada de fato pelos Governos
Federal e Estadual e que muitas são consideradas insuficientes, já que
algumas dessas iniciativas fortalecem apenas a lógica da Indústria da
Seca e reforçam ainda mais a ideia equivocada de que o único problema é a
falta d’água ou a pouca chuva, privilegiando megaprojetos e
megaeventos, sem garantir a democratização no acesso à água, terra e
assistência técnica.
A pauta do Grito da Terra RN, que vem sendo construída pela FETARN a
partir das reuniões realizadas nos Polos Sindicais do Estado, compreende
a criação de política de recursos hídricos para universalizar o acesso à
água no Rio Grande do Norte; a renegociação de dívidas e financiamento
para a estruturação produtiva da agricultura familiar; o incentivo à
produção de alimentos da agricultura familiar, com redução de tarifa de
energia e aquisição desses alimentos pelos programas de compras
governamentais; e ainda pontos reivindicatórios considerados históricos
na luta da FETARN, como a desapropriação de imóveis rurais pelo INCRA e
infraestrutura para os assentamentos de reforma agrária.
Portal No Ar
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