O avião suíço Solar Impulse 2, movido apenas com energia solar, fez
nesta segunda-feira (2) seu primeiro voo de testes na base aérea de
Payerne, primeira etapa antes de tentar a volta ao mundo, em março de
2015.
O voo ao redor da base, que fica na região central da Suíça, durou
duas horas e 15 minutos, meia hora a mais do que estava previsto
inicialmente.
O avião conta com quatro motores elétricos alimentados por 17.200
células solares e nesta segunda-feira (2) foi conduzido pelo piloto
alemão Markus Scherdel.
O mesmo piloto fez o primeiro voo com a versão anterior do avião, em junho de 2009.
Depois de se deslocar várias centenas de metros pela pista, alçou
voo lentamente planando com as imensas asas, de maior envergadura que
as de um Boeing 747.
A aeronave deve cumprir um programa de voos de teste durante o verão
na Suíça. Após uma hora no ar, o diretor de voo informou que não havia
sido detectado "nenhum problema no sistema elétrico e de propulsão" e
que a estabilidade do avião era boa.
"É um grande momento porque trabalhamos muito para conseguirmos
estar no ar a tempo e agora percebemos que tudo saiu como esperávamos.
Precisamos seguir com os testes, mas é um bom começo", declarou o
piloto após o pouso.
"Estamos contentes porque tudo saiu muito bem e cumprimos com o
plano que tínhamos proposto. Temos muitos dados para examinar, era o
primeiro voo. Mas foi um sucesso", disse Andre Borschberg, um dos dois
pilotos que darão a volta ao mundo.
Este protótipo, o segundo que funciona exclusivamente com energia
solar, mede 72 metros, assim como um Airbus A380, mas tem um peso de
2.300 kg, 150 vezes menos que o Airbus.
Em 2010, o avião solar tinha feito um voo de 26 horas, sem escala,
provando que tinha capacidade para acumular eletricidade suficiente de
dia para continuar voando à noite.
Mas desta vez, o Solar Impulse 2 terá que voar em etapas de mais de
120 horas seguidas, cinco dias e cinco noites, o tempo necessário para
cruzar o Pacífico ou o Atlântico.
De acordo com os planos, o avião deve decolar da região do Golfo em
março de 2015, para aproveitar as condições climáticas favoráveis em
sua viagem rumo ao Oriente, passando pelo mar da Arábia, a Índia,
Mianmar, China, e por Oceano Pacífico, Estados Unidos, Atlântico, sul
da Europa e norte da África, até chegar ao ponto de partida. Durante o
voo, que somará 500 horas no total, a aeronave fará várias escalas.
As células solares carregarão durante o dia baterias de lítio com
peso de 633 kg, dando ao avião - em teoria - uma autonomia ilimitada.
Durante a noite, a velocidade máxima será de 46 km/h para que as
baterias sejam poupadas.
Fonte: AFP
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