A Associação Médica Brasileira divulgou nesta terça-feira (3) que dois
médicos cubanos abandonaram o programa Mais Médicos, do governo federal,
por trabalharem “em condições análogas à escravidão”.
Em entrevista realizada em São Paulo, os médicos Alcanis Borrego e Raul
Vargas explicaram que atuavam em unidades de saúde de Senador José
Porfírio, no interior do Pará. Segundo eles, itens que constavam no
contrato assinado por ambos em Cuba não foram cumpridos depois que
chegaram ao Brasil.
Os médicos alegaram que teriam um profissional designado pelo
Ministério da Saúde para atuar como tutor e ajudá-los com informações e
esclarecimento de dúvidas. No entanto, de acordo com os profissionais,
foi designada uma pessoa que não era médica e ficava no Rio Grande do
Sul – as conversas ocorriam via internet.
Além disso, eles se queixaram sobre a remuneração recebida. De acordo
com os profissionais cubanos, cada um recebia cerca de US$ 1.000 por mês
(R$ 2.270). No entanto, outros profissionais, brasileiros e de outras
nacionalidades, recebem R$ 10,4 mil mensais e, por isso, os dois
alegaram discriminação.
A organização criou em fevereiro de 2014 o “Programa de Apoio ao Médico
Estrangeiro”, com o objetivo de atender profissionais de outras
nacionalidades inseridos na rede pública de saúde que necessitem de
ajuda caso estejam insatisfeitos com as condições oferecidas pelo
governo federal. Além disso, a entidade dá auxílio para solicitações de
refúgio ou asilo político.
G1
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