A nove dias do início da Copa do Mundo, o
governo federal conseguiu um acordo com a Polícia Federal para evitar
uma greve da categoria durante os jogos. O Palácio do Planalto acertou
um aumento salarial de 15,8% para agentes policiais, escrivães e
papiloscopistas. Serão repassados 12% agora e 3,8% em janeiro.
A correção salarial terá um impacto de R$$ 376
milhões na folha de pagamento da União até janeiro, segundo a Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), entidade que representa mais
de 10 mil servidores.Com isso, a categoria, que ameaçava fazer greve
durante o Mundial para pressionar o Planalto a retomar as negociações de
aumento e reestruturação de carreiras, decidiu suspender a ameaça de
greve, o que impactaria principalmente os aeroportos das cidades-sede da
Copa.
PF é parte essencial do plano de segurança do
Mundial, cujo planejamento foi elaborado com base em uma cartilha
elaborada pelas Forças Armadas e a própria PF. “Não vamos fazer
paralisação e greve na Copa, tanto por causa do acordo (de aumento)
quanto por causa das decisões do Supremo Tribunal Federal e do Superior
Tribunal de Justiça (que classificaram a greve como ilegal)”, afirmou o
vice-presidente da Fenapef, Luis Antônio Boudens. O STJ chegou a
determinar uma multa de R$$ 200 mil caso a PF decidisse manter a greve
na Copa.
Boudens afirmou que o acordo foi assinado por causa
da reestruturação e não pelo aumento em si, considerado distante do
ideal. “Nós cedemos na aceitação do índice para avançar na
reestruturação”, disse, afirmando que desde 2007 o governo “ficou
intransigente”, fechando o canal de diálogo com os policiais. “Nosso
salário está defasado há sete anos e isso significa 40% para ser
resgatado”, afirmou.
Aumento legal
O governo vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 para incluir o aumento da PF. Embora a legislação eleitoral proíba aumentos salariais em ano eleitoral, o governo conseguiu escapar de ser questionado judicialmente por enquadrar o aumento como parte da negociação iniciada em 2013 pela Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento.
O governo vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei alterando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 para incluir o aumento da PF. Embora a legislação eleitoral proíba aumentos salariais em ano eleitoral, o governo conseguiu escapar de ser questionado judicialmente por enquadrar o aumento como parte da negociação iniciada em 2013 pela Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento.
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