segunda-feira, 23 de junho de 2014

Obra mais cara do Mundial, arena do DF custou R$ 1,4 bilhão, diz ministério

A presidente Dilma Rousseff e o governador Agnelo Queiroz posam para fotos ao lado de operários que trabalharam na construção do Estádio Nacional de Brasília, inaugurado neste sábado (18) (Foto: Lucas Nanini/G1)O Estádio Nacional Mané Garrincha, palco de sete jogos da Copa do Mundo, foi a arena mais cara construída no país para o Mundial. De acordo com o Ministério do Esporte, o custo total foi de R$ 1,4 bilhão. O valor é 108% maior do que o previsto originalmente – R$ 670 milhões.

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas, no entanto, aponta que o custo total pode chegar a até R$ 1,9 bilhão após a conclusão das obras do arredores da arena. O mesmo levantamento mostrou supostas irregularidades nos editais relacionados à construção do estádio que podem ter elevado em R$ 431 milhões o preço da arena.

A Secretaria Especial da Copa nega as irregularidades e diz que o resultado da fiscalização é preliminar. De acordo com a pasta, o custo final do estádio poderá cair para R$ 1,2 bilhão em razão do abatimento de créditos e que não é correto dizer que o orçamento inicial era de R$ 670 milhões, porque a licitação não previa cobertura, gramado, placares eletrônicos e assentos.

A secretaria disse ainda que o tribunal inclui na análise obras do entorno da arena – que não ficaram prontas para o Mundial – e que esses custos não poderiam ser atribuídos ao custo final do estádio.

O início das obras do estádio começou com um constrangimento público: a implosão da antiga arquibancada do velho Mané Garrincha falhou duas vezes seguidas. A construção teve de ser derrubada nas semanas seguintes com máquinas e marretas.

O estádio também teve sua inauguração adiada duas vezes. O governador Agnelo Queiroz chegou a anunciar dia e hora para a entrega do Mané Garrincha – às 11h de 31 de dezembro de 2012 –, mas a arena só foi entregue no dia 18 de maio de 2013, um mês antes do início da Copa das Confederações, em 2013.

O estádio também foi cenário da primeira das oito mortes registradas nas obras dos estádios para a Copa. No dia 11 de junho de 2012, o operário José Afonço de Oliveira Rodrigues, de 21 anos, morreu ao cair de uma altura de 30 metros.

A investigação sobre o acidente foi arquivada a pedido do próprio Ministério Público. Para o órgão, o operário foi imprudente e contribuiu para o acidente. Assim, ninguém foi  responsabilizado criminalmente pela morte. A família foi indenizada pela empresa em que José Afonço trabalhava.


Dilma Rousseff, presidente da República, na inauguração do Mané Garrincha
O estádio tem capacidade para mais de 72 mil pessoas e conta com 74 camarotes, 276 sanitários, 40 bares, dois restaurantes e 14 lanchonetes. Seu projeto arquitetônico é marcado pela fachada com 288 pilares ao redor de toda a arena.

Desde sua inauguração, o estádio já recebeu, além de partidas de futebol, vários shows. Por estar na região central de Brasília, tem o acesso facilitado para o público e está perto dos principais pontos turísticos da capital, como o Congresso Nacional, Catedral de Brasília, Palácio do Planalto e Praça dos Três poderes.

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