O discurso de Oscar dizia uma coisa, embora o semblante transmitisse
outra. Ele se apresentou com olhar sério para a entrevista coletiva. Nas
entrelinhas, dava sinais de ressentimento ou, ao menos, de um certo
incômodo. Desde que surgiu, nas divisões de base do São Paulo, foi visto
como promessa. Ou, para ser mais exato, como certeza de talento.
Chegou à seleção e correspondeu às expectativas. Só que, justamente
na Copa do Mundo, se viu questionado, pressionado pela primeira vez. Ele
garante não ter sentido um prazer especial por ter brilhado na estreia
contra a Croácia dias após ser colocado em dúvida. Costumeiramente
tímido, de voz baixa, falou firme ontem. Quis deixar claro que a
discussão em torno de sua utilidade ao time nunca existiu para quem
convive na seleção.
Oscar, de fato, não exibiu rancor. Mas mudou o semblante sempre que
lhe perguntavam sobre as críticas e um suposto risco de perder a posição
no time titular pelo início titubeante na preparação para a Copa do
Mundo. E fazia questão de demarcar: a dúvida era externa, pertencia à
opinião pública, já que internamente não se sentiu questionado pela
comissão técnica.
Hoje no Chelsea, Oscar costuma agradar aos treinadores pela
versatilidade, pela quantidade de funções que executa em campo. Afinal,
não é tão comum achar meias habilidosos, criativos, que sejam capazes de
exibir tanta disposição para o combate, para exercer funções táticas.
Oscar diz gostar de competir e, por isso mesmo, acredita ser natural
que tenha crescido de produção com o início da Copa do Mundo. (Gazeta do Oeste)
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