A escolha de Dunga para comandar a seleção brasileira após a Copa de
2014 foi antes de tudo uma aposta em um perfil. Nesta quinta-feira, em
entrevista ao canal fechado "Fox Sports", o coordenador de seleções
Gilmar Rinaldi explicou que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
chegou ao nome do ex-volante porque buscava um estilo específico de
técnico. E que o índice de rejeição ao novo comandante foi
surpreendentemente baixo.
"Não sei se o Dunga é o melhor
técnico, mas ele tem o perfil que nós queremos. Não escolhemos um nome,
mas um perfil. Aí procuramos o profissional que mais se encaixava a
isso", explicou Gilmar, que também foi contratado pela CBF depois da
Copa de 2014. "Achei que haveria mais rejeição", completou o dirigente.
Dunga já havia sido técnico da seleção brasileira entre 2006 e 2010.
Ele voltou a comandar o time depois de um término conturbado de
participação na Copa deste ano. Jogando em casa, o time canarinho foi
eliminado pela Alemanha nas semifinais com uma acachapante derrota por 7
a 1. Depois, ainda perdeu por 3 a 0 para a Holanda na disputa do
terceiro lugar.
A escolha de Dunga deve-se a uma avaliação
positiva sobre o trabalho dele – o Brasil foi eliminado nas quartas de
final da Copa de 2010, mas ganhou a Copa América em 2007 e a Copa das
Confederações de 2009 – e a uma combinação de atributos positivos. O
ex-jogador é visto como uma mistura ideal de linha dura, amor à camisa e
capacidade de montar times competitivos.
"Quando começamos a
falar sobre o treinador, definimos o perfil que ele devia ter: o que ele
devia pensar e que qualidades nós queríamos. Definimos isso e pensamos
em nomes, e o Dunga foi quem mais se encaixou", contou Gilmar.
O ex-goleiro e Dunga são parte de um
projeto da CBF para recuperar o futebol brasileiro após a Copa de 2014.
No entanto, a visão de Gilmar é que os maus resultados recentes não
foram causados por uma crise técnica.
"O Brasil tem os melhores
jogadores. Temos de mudar alguns conceitos, como vimos na Copa, e
precisamos ver mais a parte coletiva. O talento nós temos mais do que
outros, mas temos de estar tão ou mais organizados do que eles", avaliou
o coordenador.
Para ele, o status do Brasil não pode ser
abalado pela campanha em 2014: "Temos obrigação de ser favoritos. Temos
de ter DNA vencedor, de campeão. Isso que queremos implantar".
Ex-empresário de jogadores, Gilmar foi muito criticado pelo ex-atacante
Romário quando foi anunciado como novo coordenador da seleção.
Questionado sobre isso, o agora dirigente preferiu tergiversar: "Ele é
um dos maiores atacantes que nós já tivemos".
UOL
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