Com base em documentos, a matéria mostra que em 2004 a empresa do hoje
treinador da seleção brasileira recebeu mais de R$ 400 mil na venda do
jogador Ederson do RS Futebol Clube para o grupo IPC (Image Promotion
Company).
Dunga negou por meio da assessoria de imprensa da CBF.
Segundo a denúncia, a IPC adquiriu 75% dos direitos do meia, que foi
cedido ao Nice, clube da França. Ederson, atualmente na Lazio, foi
negociado pelo RS com o grupo em 14 de janeiro de 2014, por US$ 1,5
milhão.
Dunga teria intermediado o negócio, fazendo por isso jus à comissão de R$ 407.384,08, paga pelo clube gaúcho.
A participação de Dunga foi atestada, na reportagem, por meio de uma
nota fiscal da "Dunga Empreendimentos, Promoções e Marketing Ltda", de
20 de maio daquele ano, por um recibo com a sua assinatura (Carlos
Caetano Bledorn Verri) e pelo comprovante bancário de transferência do
clube para a empresa do treinador, no valor discriminado na nota.
A reportagem tentou falar com Dunga por telefone nesta quinta-feira,
sem sucesso. À ESPN, o treinador, por meio da assessoria de imprensa da
CBF, afirmou "não ter participação alguma na venda dos direitos sobre o
vínculo do referido jogador".
Em sua primeira passagem pela seleção, entre 2006 e 2010, Dunga jamais
convocou Ederson. O meia seria chamado por Mano Menezes uma única vez
para um amistoso contra os Estados Unidos realizado em 8 de agosto de
2010.
Na época da negociação de Ederson em 2004, o IPC foi representado pelo empresário italiano Antonio Caliendo.
O grupo tem sede em Mônaco, na Avenue Princesse Alice, no mesmo
endereço da World Champions Club (WCC), empresa de agenciamento no
futebol que tem Caliendo entre seus gestores e Dunga como um de seus
"últimos clientes".
A WCC também gerencia as carreiras de Ederson, de Maicon (titular da
seleção de Dunga na Copa de 2010) e do Queens Park Rangers inglês.
O vínculo com o QPR vem desde 2004 e Dunga tem cargo no conselho de gestão do clube.
Sobre a WCC, o treinador diz "não ter vínculo com a empresa em questão"
e que esta empresa o representou quando ele era jogador.
No atual comando da seleção brasileira também está Gilmar Rinaldi,
nomeado coordenador geral, e que até duas semanas atrás era empresário
de jogadores.
Exame.com
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