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Justiça de Minas Gerais fixou em 100 salários mínimos (R$ 72,4 mil) a
fiança para a liberdade a Mizael Rodrigues Félix, 20, acusado de ter
destruido imagens de santos em igreja de Minas Gerais.
Segundo a Polícia Militar, o rapaz de 20 anos está no presídio da cidade de Sacramento (453 km de Belo Horizonte) desde o dia 16 deste mês, após ter sido preso em flagrante.
O advogado Celso Afonso
Ferreira, advogado de defesa de Félix, afirmou que nem o cliente nem a
família têm condições financeiras de pagar a fiança fixada pela Justiça e
afirmou já ter entrado com recurso pedindo a revisão de decisão de juiz
da 1ª Vara Criminal de Sacramento.
"Eu entrei com recurso
pedindo a liberdade provisória dele, mas sem fiança. Ele não tem
condição de pagar esse valor", afirmou. O advogado disse ter ficado
surpreso com a decisão da Justiça. Segundo ele, o delegado da Polícia
Civil que cuida do caso havia fixado inicialmente o valor da fiança em
R$ 10 mil.
"Eu tinha pedido a liberdade dele à Justiça afirmando
que ele não tinha condição de pagar os R$ 10 mil de fiança. Agora vem o
juiz e concede o benefício, porque é de lei, mas arbitra o valor em 100
salários mínimos? Quem não tem condição de pagar R$ 10 mil vai pagar R$
70 mil?", disse Ferreira.
O advogado afirmou que o cliente tem problemas mentais e afirmou não saber o motivo de ter destruído as imagens.
"Conversei com ele. Nem ele sabe por que fez aquilo. Ele não está bem.
Já esteve internado para fazer tratamento psicológico. Em cinco minutos
de conversa, você nota que ele não está bem", disse.
Segundo a
polícia, o homem havia dito que era protestante e não gostava de imagens
de santos, explicando a motivação para o vandalismo praticado na
igreja.
O suspeito é morador de Uberlândia (557 km da capital
mineira), mas, segundo a polícia, não explicou o que fazia em
Sacramento. A Polícia Civil investiga a participação de um segundo
suspeito no episódio.
Fiéis desolados
O padre Sérgio
Márcio de Oliveira, pároco da igreja de Nossa Senhora do Patrocínio do
Santíssimo Sacramento, havia afirmado que os fiéis estão "perplexos" com
a destruição de 10 imagens, incluindo a que representa Nossa Senhora do
Patrocínio do Santíssimo Sacramento, padroeira da cidade e datada do
século 19.
Conforme Oliveira, as pessoas se ajoelham em frente a igreja e fazem orações.
O religioso afirmou que aguarda especialistas do Iepha (Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) para que
seja feita uma análise da imagem da padroeira da cidade para checar a
possibilidade de restauro.
"É uma imagem histórica, ela é única
no mundo e de valor incalculável. Ela é tomada pelo Patrimônio Histórico
Municipal. Além disso, em maio deste ano, ela recebeu um decreto de
coroação dado pelo papa [Francisco]", afirmou.
Uol
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