Quem nunca se viu em um grupo de amigos, ou colegas de trabalho, onde
todos ou grande parte deles ignorava o diálogo interpessoal, em troca do
uso de aparelhos celulares, tablets ou outros aparelhos tecnológicos
que simulam a realidade ou mediam o contato entre as pessoas?
Com o
desenvolvimento massivo da tecnologia nos anos 2000, seu barateamento
natural e o aumento do poder de compra dos brasileiros, ficou muito mais
fácil ter um aparelho tecnológico. O número de linhas de celulares
ativas no país, por exemplo, chegou a 272,72 milhões em fevereiro deste
ano, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel). Tais facilidades se refletiram no modo como as pessoas se
relacionam.
A estudante Cláudia Nara comenta que o celular se tornou
algo indispensável em sua vida. De acordo com ela, o uso das redes
sociais e de aplicativos de entretenimento são os principais motivos que
a fazem não largar o aparelho nem nos momentos mais estranhos.
"Eu uso meu celular até na hora do banho, já acordei assustada durante a madrugada com mensagens de amigos, ou conversas em redes sociais. Além do celular, uso sempre o tablet e o netbook, que me permitem acessar a internet com melhor qualidade. Em geral, quando vou a um bar não consigo me concentrar na conversa, o que incomoda quem está comigo", assume Cláudia.
"Eu uso meu celular até na hora do banho, já acordei assustada durante a madrugada com mensagens de amigos, ou conversas em redes sociais. Além do celular, uso sempre o tablet e o netbook, que me permitem acessar a internet com melhor qualidade. Em geral, quando vou a um bar não consigo me concentrar na conversa, o que incomoda quem está comigo", assume Cláudia.
"Não podemos viver em
um extremo ou outro, precisamos da tecnologia assim como precisamos do
carinho e afeição das pessoas, e isso precisa ser balanceado. Estar em
um bar ou restaurante e não conseguir se concentrar na conversa por
conta do celular é uma prova de que não há boa sociabilização. Mas em um
momento de solidão ou carência, o mesmo aparelho pode lhe aproximar de
entes queridos ou amigos. Então é preciso ter coerência", comenta o
psicólogo.
A publicitária Ana Moreira faz parte do time de pessoas
que não aceita a presença de celulares e aparelhos de tecnologia em
rodas de amigos. Ela comenta que já chegou a ponto de esconder o celular
de um amigo, para que ele pudesse se concentrar na conversa, e que
costumeiramente chama a atenção de quem não respeita isso.
"Acho que a
tecnologia infelizmente tem aproximado quem está longe e distanciado
quem está perto. Acredito que se saio com amigos para um bar ou
restaurante é porque quero interagir com eles, e no momento em que eles
começam a mexer no celular eu considero que há uma grande falta de
respeito com o outro", comenta a publicitária.
O estudante Reginaldo
Paz é ainda mais reticente em relação às redes sociais. Ele comenta que
só utiliza o celular para ligações e e-mail, que são voltados
estritamente para suas obrigações profissionais. Para ele, a grande
maioria das redes sociais não é utilizada para comunicação direta, mas
sim para alimentar um "capricho tecnológico" da maioria das pessoas.
"Sou
uma pessoa extremamente reservada, e prezo pela minha intimidade. Não
vejo necessidade de usar outros aparelhos que não seja o celular e o
e-mail, e ainda assim só utilizo quando necessário. Não condeno quem
usa, mas acho uma grande falta de respeito ficar enviando SMS, ou
atualizando redes sociais enquanto estamos na presença de outras
pessoas. Essa falta de respeito me faz resistir ainda mais contra esse
tipo de contato", comenta Reginaldo.
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