segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Cuidado: Tomar paracetamol para curar ressaca pode fazer mal a saúde

Imagine o cenário: você bebeu demais na noite anterior e acorda com aquela dor de cabeça terrível. Qual a sua primeira reação?
Se você respondeu “tomar um paracetamol”, precisa ter cuidado. Ingerir alguns comprimidos do medicamento para curar ressaca pode causar uma lesão hepática fulminante, segundo a farmacêutica Silvana Maria de Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo. O cuidado vale mesmo se a dosagem for menor do que a diária recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é de até 4.000 mg. Segundo ela, o álcool associado ao paracetamol também pode provocar sangramentos no estômago.

Esses são apenas alguns dos riscos que o uso indiscriminado do paracetamol, um dos medicamentos mais populares no mundo no combate à dor e à febre, pode acarretar para a saúde.

A substância pode ser encontrada em comprimidos, em gotas ou ainda como princípio ativo de outros medicamentos. O paracetamol é facilmente adquirido nas farmácias, sem prescrição. Apesar de ser considerado um medicamento seguro e eficaz, é preciso que o paciente fique atento e respeite a dosagem recomendada –cometer exageros é mais fácil do que se imagina.

Para ultrapassar os 4.000 mg recomendados pela OMS, basta ingerir cerca de seis comprimidos dos “extra fortes” num período de 24 horas, ou ingerir os comprimidos associados a outros medicamentos que também contenham o princípio ativo.

“O paracetamol é considerado seguro em doses terapêuticas. É preciso ficar atento, pois este princípio ativo também faz parte da composição de uma série de medicamentos, sendo fácil tomar o dobro da dose”, aponta o gastroenterologista Henrique Boruchowski, do Hospital Samaritano de São Paulo.

Segundo Silvana Maria de Almeida, a superdosagem pode ser fatal. “O uso indiscriminado pode levar a dano hepático, anafilaxia [reação alérgica grave] e outras reações adversas como prurido [coceira], problemas gastrintestinais, náusea, vômito, dor de cabeça, insônia, agitação, atelectasia [colapso pulmonar], Síndrome de Steven-Johnson (com erupção nas mucosas, olhos, nariz, vagina etc), necrólise epidérmica tóxica e penumonite”, explica.

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