Numa agenda disfarçada de
campanha em São Paulo, a presidente-candidata Dilma Rousseff afirmou
nesta segunda-feira que “o PSDB pode fazer a representação que quiser em
Brasília” sobre a farsa montada pelo governo e pelo PT na CPI da
Petrobras no Senado. Reportagem de VEJA desta semana revela que
governistas engendraram esquema para treinar os principais depoentes à
comissão de inquérito, repassando a eles previamente as perguntas que
seriam feitas pelos senadores e indicando as respostas que deveriam ser
dadas.
A oposição anunciará nesta tarde ações
cobrando investigações e punições aos responsáveis por fraudar os
depoimentos à CPI tanto no âmbito do Congresso Nacional quanto
representações à Procuradoria-Geral da República. A resposta de Dilma
faz parte da estratégia traçada pela campanha petista e pelo Palácio do
Planalto para tentar empurrar o caso para o Legislativo – apesar de a
cúpula da Petrobras e um assessor da pasta de Relações Institucionais
estarem diretamente envolvidos na farsa. “É uma questão que deve ser
respondida pelo Congresso”, esquivou-se Dilma.
Nesta segunda, a presidente-candidata
visitou uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Guarulhos, na Região
Metropolitana de São Paulo, que recebeu profissionais do Mais Médicos. A
viagem foi preparada às pressas e chegou a aparecer nesta manhã na
agenda oficial do Palácio do Planalto, mas foi retirada horas depois
porque o evento ganhou ares de campanha – Dilma, no entanto, está em
horário de expediente. A comitiva da presidente levou para as
dependências da UBS Jardim Jacy uma equipe para registro de imagens de
campanha para a propaganda na TV. O ministro da Saúde, Arthur Chioro,
também participou do ato.
O mensalão foi tudo isso
para ser algo bem maior do que isso. Tratou-se de uma armação para criar
um Congresso paralelo, movido pelo propinoduto, de sorte que o povo
brasileiro tivesse solapado seu principal canal de expressão: o Poder
Legislativo. Que passaria a se mover nas sombras. Esse, sim, foi o
grande crime do mensalão. Mais do que o roubo, que já era muito grave, o
que se viu foi o assalto ao estado de direito e ao Estado brasileiro.
Veja
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