RIO - O coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira e o major
Carlos Alexandre de Jesus Lucas foram detidos na manhã desta
segunda-feira, 15, em operação contra uma quadrilha de policiais
acusados de corrupção. Eles eram, respectivamente, comandante e
subcomandante do Comando de Operações Especiais (COE), ao qual estão
subordinados o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Grupamento
Aeromarítimo (GAM), e o Batalhão de Choque (BPChoq).
O
coronel Fontenelle era o terceiro na hierarquia da Polícia Militar e
foi preso em casa. A quadrilha atuava principalmente no bairro de Bangu,
na zona oeste do Rio. Também foram presos os majores Nilton João dos
Prazeres Neto (chefe da 3ª Seção) e Edson Alexandre Pinto de Góes
(coordenador de Operações), além dos capitães Rodrigo Leitão da Silva
(chefe da 1ª Seção) e Walter Colchone Netto (chefe do Serviço Reservado)
- todos lotados no 14º Batalhão (Bangu).
De
acordo com as investigações da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE)
da Secretaria de Segurança (Seseg), os policiais cobravam propina de
comerciantes, empresários, ambulantes, mototaxistas e motoristas de
cooperativas de vans e de empresas transportadoras de carga na área do
14º BPM. Eles são acusados de "prejudicar o policiamento ostensivo em
Bangu, deixando de servir à população, ignorando o combate a transporte
irregular de pessoas por vans ou Kombis em situação irregular,
mototaxistas, com motocicletas em situação irregular, sejam elas
roubadas, furtadas ou com chassi adulterado", informou a nota enviada
pela Seseg.
Os acusados também agiam em
empresas irregulares de transporte de mercadorias e na venda varejista
de produtos piratas. O pagamento era divido entre os integrantes da
quadrilha. Depois de pagar pelo serviço, a pessoa lesada recebia uma
espécie de autorização oficiosa para continuar com suas atividades,
sejam elas quais fossem.
A propinas cobradas pela quadrilha variavam de
R$ 30 a R$ 2.600 e eram cobradas diária, semanal ou mensalmente, "como
garantia de não reprimir qualquer ação criminosa, seja a atuação de
mototaxistas, motoristas de vans e Kombis não autorizados, o transporte
de cargas em situação irregular ou a venda de produtos piratas no
comércio popular de Bangu", afirmou o Ministério Público do Rio de
Janeiro (MPRJ).
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