O jornal espanhol El País destaca a decisão sem precedentes do papa
Francisco de ordenar a detenção – à luz do dia e expondo as graves
acusações – do ex-arcebispo polonês Josef Wesolowsky, acusado de abusar
sexualmente de menores enquanto foi núncio na República Dominicana,
inclui duas sérias advertências aos setores mais retrógrados da Cúria,
os mesmos que agora se entrincheiram para impedir qualquer abertura – a
volta aos sacramentos dos divorciados casados de novo –, mas
permaneceram cegos, surdos e mudos durante décadas de abusos.
A primeira advertência de Jorge Mario Bergoglio é que, agora sim,
acabou a frouxidão – para não dizer a cumplicidade – com os crimes de
pedófilos. A segunda é a garantia de que, ainda que se removam os
alicerces de São Pedro, ninguém, por mais importante que seja, vai se
salvar de ser julgado por fatos tão graves. O Papa já havia alertado no
fim do mês de maio, durante o voo de volta de sua viagem à Terra Santa.
Nos
muros do Vaticano, que tantas vezes ofereceram refúgio, esquecimento e
imunidade diplomática a delinquentes vestidos de batina, Francisco
colocou uma placa que vem a dizer: “Não se admitem pedófilos nem
encobridores”.
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