A
ideia pode parecer estranha: usar o Aedes aegypti — mosquito
transmissor da dengue — justamente para combater a doença tropical. Mas
essa é a grande aposta de um grupo internacional de pesquisadores,
incluindo o brasileiro Luciano Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz.
A
estratégia consiste em modificar o Aedes para que, uma vez infectado,
ele se torne imune ao vírus. Soltas na natureza, ao acasalar com os
machos, as fêmeas tratadas em laboratório vão produzir descendência
incapaz de transmitir a dengue, mesmo se picar um humano contaminado.
Pela primeira vez, a eficácia desses mosquitos será testada no
Brasil. Hoje, a equipe da Fiocruz lançará 10 mil Aedes aegypti
modificados na comunidade de Tubiacanga, Rio de Janeiro. Esses insetos
carregam a bactéria Wolbachia, presente em 60% dos insetos existentes,
de borboletas a pernilongos, e incapaz de infectar vertebrados.
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