O primeiro debate entre presidenciáveis, na Band, nesta terça-feira,
deu mostras do que serão os últimos dias de campanha. Em uma hora e meia
de embate, Dilma Rousseff e Aécio Neves trocaram acusações, se acusaram
mutuamente de estarem mentindo e não raro davam ou ouviam respostas com
falas e gestos irônicos. Faltando 11 dias para a votação, a expectativa
é que o embate dê o tom da disputa.
Apoiada em números do seu governo – e às vezes dos 12 anos de PT no
Governo Federal, Dilma cumpriu a promessa feita no primeiro bloco, o de
confrontar os anos PSDB, com Fernando Henrique Cardoso, e os do petismo
no poder. Enquanto Aécio exaltava o Plano Real e estabilidade econômica,
Dilma erguia a bandeira as conquistas sociais, como a redução de
desigualdade.
Aécio chegou a pedir para Dilma parar de “olhar no retrovisor” e
discutir propostas. A petista também aproveitou para atacar Armínio
Fraga, ex-presidente do Banco Central e ministro da Fazenda em um
eventual governo tucano. O controle da inflação foi usado pelos dois
candidatos para ataques mútuos. Dilma prometeu segurar o índice em 6,5%,
e Aécio afirmou que a taxa está descontrolada.
Aécio defendeu a tese de que o Bolsa Escola, de “DNA tucano”, serviu
de base para o Bolsa Família: “O programa tem como pai Fernando Henrique
Cardoso e mãe, dona Ruth”. Dilma reagia com ironia e citava mais
números: “O Bolsa Escola atendia 5 milhões de pessoas, enquanto o Bolsa
Família é para 50 milhões”.
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