Segundo maior banco privado do país, o Bradesco foi a primeira
instituição financeira a inaugurar a temporada de balanços do terceiro
trimestre, divulgando nesta quinta-feira um lucro líquido de R$ 3,875
bilhões no período. O número representa um crescimento de 26,5% em
relação ao resultado do mesmo período do ano passado. Analistas
consideraram o lucro do Bradesco bastante expressivo no período, puxado
pela receita de serviços, num cenário de crescimento pífio da economia e
de expansão mais fraca do crédito. Os ganhos financeiros com juros
também contribuíram positivamente para o lucro.
O Bradesco teve um resultado positivo mesmo com uma perda
contábil de R$ 598 milhões gerada pela quebra do banco português
Espírito Santo, do qual detinha 3,9% do capital.
— O desempenho neste trimestre foi muito bom, com controle
da inadimplência e de custos. Melhoramos nossa eficiência e mantivemos o
Retorno sobre Patrimônio (ROE) em 20% (medida de como os bancos
remuneram o capital de seus acionistas). O cenário econômico continua
desafiador e o crédito cresce a taxas moderadas — disse o
diretor-executivo do banco Moacir Nachbar.
No terceiro trimestre, a margem financeira com juros do
banco atingiu R$ 12,2 bilhões, uma alta de 15,2% na comparação anual. A
taxa anualizada da margem financeira de juros atingiu 7,5%, com aumento
de 0,5 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre de 2013. O
banco elevou a projeção de crescimento da faixa de 6% a 10% para 9% a
12% dessa linha.
A elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros
Selic (de 11% para 11,25% ao ano), anunciada pelo Banco Central na noite
de ontem, foi avaliada por Nachbar com uma decisão positiva do governo,
dando um sinal de confiança so mercado de que as ações necessárias
estão no caminho esperado. Para o consumidor, o executivo não acredita
que haverá impacto significativo nos juros nas linhas de crédito.
— Foi uma medida bem pensada do governo, que dá um sinal
para a retomada de confiança. Este é o impacto mais importante do
aumento de juros, do que em termos de ganho financeiro para o banco.
Para o consumidor, não haverá impacto importante dos juros nas linhas de
crédito — afirmou.
Outro item que contribuiu para o lucro do banco no período
foi o aumento de 13,3% das receitas com tarifas e serviços, chegando a
R$ 5,639 bilhões no trimestre. Com esse resultado, o Bradesco elevou a
previsão de aumento neste segmento em 2014, da faixa de 9% a 13% para de
11% a 14%.
— Neste trimestre, o desempenho do Bradesco foi favorável em
função do crescimento de receitas de serviços e de seguros também — diz
o analista Ricardo Kim, da XP Investimento, em relatório divulgado
nesta manhã.
O lucro líquido da carteira de seguros, previdência e capitalização do banco cresceu 15,7% este ano, chegando a R$ 3,1 bilhões.
O diretor executivo do Bradesco afirmou que o item serviços
sempre representou entre 25% a 30% do resultado do banco. Ele disse que,
mais do reajustes nos preços de tarifas e serviços, o Bradesco está
oferecendo novos produtos, adequados para cada tipo de cliente. Isso
aumenta o volume e melhora a receita com serviços.
- O que puxa a receita é a oferta de novos serviços. Isso é
mais importante que preço, já que hoje temos muita concorrência. Os
preços foram definidos nos úlitmos anos, e o momento atual é de definir o
produto adequado para cada cliente - disse Nachbar.
O Globo
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