O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou dois pedidos de liminar
para suspender inserções televisivas veiculadas pela campanha
presidencial do tucano Aécio Neves que ironizam o PT. As peças
questionadas pela campanha à reeleição de Dilma Rousseff (PT) foram ao
ar na segunda-feira e na terça-feira. As propagandas dos tucanos acusam o
PT de apostar no medo para ganhar as eleições.
Nas inserções, dois atores falam ao ouvido de uma terceira atriz que
simula ser uma eleitora. "Eles só pensam nos ricos", diz o ator, em um
dos ouvidos da eleitora. "Eles vão acabar com os programas sociais",
afirma uma atriz, do outro lado. "Não vote no Aécio, não vote no Aécio",
diz o ator.
"É assim que o PT quer amedrontar você, com fofocas e boatos,
mentiras. Mas, na verdade, quem tem medo são eles. Medo de perder a
eleição, o poder, os privilégios. Medo que se investigue a corrupção na
Petrobras ou as obras superfaturadas. Eles é que estão com medo, porque
sabem que a mudança já começou", afirma a eleitora, em uma fala
diretamente para a câmera. Em seguida, um narrador diz: "A mudança é
Aécio".
O ministro Herman Benjamin, relator das duas ações no TSE, negou os
pedidos para se conceder a liminar por entender que as demandas não são
urgentes e que é preciso, primeiro, ouvir a defesa de Aécio. "Tenho que o
espaço destinado à propaganda eleitoral é o locus apropriado para a
discussão de propostas e a crítica de posturas políticas entre os
contendores do processo eleitoral, especialmente em segundo turno,
quando os candidatos rivais dispõem de igual tempo para veicular sua
propaganda no rádio e na televisão", afirmou o ministro do TSE. "Desse
modo, parece mais prudente, em prol da liberdade de expressão e do
princípio do contraditório, não deferir a liminar por ora, sem prejuízo
de reflexão mais aprofundada no momento oportuno", concluiu.
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