O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quinta-feira (6) que vai
articular a criação de uma nova CPI mista da Petrobras em 2015 para
investigar as denúncias de corrupção envolvendo a estatal, caso a
comissão atual encerre suas atividades sem apresentar resultados claros.
"Vamos cobrar que as investigações continuem", disse Aécio em
entrevista à Rádio Estadão. Na sua volta ao Senado após a derrota pela
disputa à Presidência, Aécio condicionou o estabelecimento de um diálogo
com o governo Dilma Rousseff à investigação das denúncias contra a
estatal. Segundo ele, o "nível do diálogo" vai depender de "gestos
claros" da presidente.
"Se no encerramento da CPI mista este ano, em
dezembro, não estiverem ainda elucidados em profundidade todo esse
esquema, quem ele atingiria, quais suas ramificações dentro do governo,
já anunciei que a partir do dia 1º de fevereiro, na reabertura do
Congresso, vamos iniciar a coleta de assinaturas para uma outra CPI
mista", afirmou durante a entrevista, a primeira concedida a uma rádio
de São Paulo após as eleições.
Atualmente, duas comissões estão em curso
no Congresso, a CPI do Senado e uma CPI mista, composta por deputados e
senadores. Nessa quarta, uma articulação da base aliada e também da
oposição na CPI mista decidiu barrar a
convocação e convites a políticos citados no esquema. O PSDB atuou para
impedir a convocação do empresário Leonardo Meirelles, ligado ao
doleiro Alberto Youssef.
Questionado se a
investigação também não vai atingir seu partido, o senador afirmou que
defende a apuração, mas que a responsabilidade pelo andamento dela é do
atual governo. "Tem que investigar todo mundo. Se houver alguém de outro
partido tem que ser punido exemplarmente", afirmou. A proposta de
articular uma nova comissão também foi aventada por integrantes da base
aliada do governo Dilma.
O regimento do Congresso determina o fim das
comissões parlamentares antes do começo de uma nova legislatura. O líder
da bancada do PMDB, e favorito para presidir a Câmara em 2015, Eduardo
Cunha (RJ) declarou na semana passada ser favorável uma nova CPI da
Petrobras.
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