Os barramentos e obstruções naturais ao longo do rio Piranhas/Açu entre
as cidades de Assu e Pendência representa um risco real de inundação
das cidades do Vale do Açu durante o período de inverno, como aconteceu
em 2004, 2008 e 2009, deixando mais de 7 mil desabrigados nas cidades de
Assu, Ipanguaçu, Alto do Rodrigues, Carnaubais e Pendências. A
constatação foi feita na tarde desta terça-feira pelo Ministério Público
Fedederal (PRF).
O procurador da República Victor Queiroga percorreu trechos do curso
d'água, entre Pendências e Alto do Rodrigues, junto com representantes
da Defesa Civil do Município de Pendências. Ele confirmou a existência
de irregularidades ao longo do rio e constatou os problemas decorrentes
de três anos de estiagem.
A inspeção teve como objetivo verificar as condições do Piranhas-Açu,
bastante precárias devido à seca, além de identificar agressões
promovidas em seu curso e avaliar o impacto dessas irregularidades na
diminuição do volume de água, o que vem prejudicando o consumo humano e a
atividade agropecuária da população ribeirinha.
Os principais problemas incluem barramentos e desvios irregulares.
No Distrito de Pedrinhas, zona rural de Pendências, verificou-se que
alguns braços secundários do Piranhas-Açu estão completamente secos. Já
no ponto em que o rio se encontra com o mar, foi constatado que a água
se encontra completamente salobra e não vem sendo renovada,
inviabilizando o consumo humano e a criação de animais na região.
A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Meio Ambiente (Idema) já haviam sido oficiados pelo
Ministério Público Federal para que verifiquem as possíveis
irregularidades no uso do rio e promovam ações em prol de um melhor uso
de suas águas, priorizando sempre o consumo humano.
“Constatamos que, de fato, o nível do rio está muito baixo e
encontramos barramentos possivelmente irregulares, como um de pedras
localizado na zona urbana de Alto do Rodrigues. Vamos agora analisar o
material coletado e avaliar quais medidas extrajudiciais podem ser
adotadas, sem contar que reforçaremos o pedido para que a ANA e o Idema
regularizem a situação, evitando que as famílias que dependem do
Piranhas-Açu sejam ainda mais prejudicadas”, reforçou o procurador da
República.
Participaram da inspeção o coordenador da Defesa Civil de Pendências,
Ezequias Florêncio, e um representante da Prefeitura de Pendências,
Francisco Ubiratan Bezerra. As informações levantadas serão analisadas
dentro do procedimento que já tramita na Procuradoria da República em
Assu.
De Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário