Milhares de pessoas em Serra Leoa estão sendo forçadas a violar
quarentenas devido à epidemia de ebola para encontrar comida porque as
entregas não estão chegando a elas, afirmaram agências de ajuda. Grandes
áreas do país foram isoladas para evitar a propagação do vírus e dentro
dessas áreas muitas pessoas foram obrigadas a ficar em suas casas.
O governo, com a ajuda do Programa Mundial de Alimentos da
Organização das Nações Unidas (ONU), tem a tarefa de entregar alimentos e
outros serviços para essas pessoas. Mas há muitos locais no país em que
as entregas estão sendo perdidas, afirmou Jeanne Kamara, representante
da Christian Aid em Serra Leoa. Como os serviços não chegam, as pessoas
que estão sendo monitorados para sintomas de ebola se aventuraram aos
mercados para procurar comida, potencialmente contaminando muitos
outros, disse Jeanne.
Em outubro, o Programa Mundial de Alimentos atendeu mais de 450 mil
pessoas em Serra Leoa, incluindo indivíduos sob quarentena ou em
tratamento para o ebola, afirmou Alexis Masciarelli, porta-voz da
agência no Senegal. Ele admitiu que a distribuição de alimentos tem sido
difícil, uma vez que exige levar comida para áreas remotas por estradas
em más condições.
O surto de ebola na África Ocidental já matou cerca de 5.000 pessoas e
autoridades têm adotado medidas extremas para recuperar o controle da
situação, incluindo as quarentenas em Serra Leoa. Restrições semelhantes
também têm sido adotadas na Libéria e na Guiné, os outros dois países
mais atingidos pela epidemia.
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