Com 13 casos suspeitos de febre chikungunya sendo investigados
atualmente, o Rio Grande do Norte tem intensificado as ações de
orientação e capacitação de profissionais de saúde nos 167 municípios
para evitar uma possível epidemia da doença. A proximidade do verão,
época propícia para a reprodução do Aedes aegypti e do Aedes albopictus,
transmissores da dengue e da febre, também preocupa a Secretaria de
Estado da Saúde Pública (Sesap), que pede à sociedade que mantenha os
cuidados redobrados contra o surgimento de focos dos mosquitos.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Dengue e
Chikungunya, Sílvia Dinara, as formas de prevenção são idênticas para
ambas as doenças por elas serem transmitidas pelos mesmos vetores e que o
mais importante é evitar os criadouros, para impedir a ocorrência de
surtos. “Os profissionais de saúde do Hospital Giselda Trigueiro,
unidade de referência no Estado, já foram capacitados e todas as
informações sobre a notificação dos casos suspeitos estão sendo
repassadas para as secretarias de saúde dos municípios”, afirmou.
A diretora técnica do Programa, Cristiane Fialho, disse que o
material a ser divulgado contém as medidas necessárias para a prevenção
das duas doenças, Ela afirmou que, apesar dos 25 casos suspeitos
notificados, sendo 12 já descartados e outros 13 em investigação (11 em
Natal, um em Macaíba e um em Mossoró), não há motivo para pânico. No
país, conforme dados do Ministério da Saúde, já foram contabilizados 828
casos até o final de outubro.
Para ela, a população deve atuar de forma efetiva para impedir o
acúmulo de água parada em vasos de plantas, pneus velhos, garrafas,
caixas d’água ou outros objetos que possam atuar como depósito; manter
tonéis, barris e outros reservatórios bem fechados; lavar semanalmente
os tanques usados para armazenar água e não jogar lixo nas ruas ou
terrenos baldios também são medidas bastante eficazes para impedir a
reprodução e disseminação dos vetores.
Na última semana, profissionais de saúde de diversos municípios
potiguares participaram de uma atualização técnica sobre a chikungunya e
o ebola. A preocupação é devido ao seu alto risco de epidemia, podendo
contaminar entre 35% e 75% da população ou mais ainda; a presença dos
vetores transmissores da doença no Estado e o fato dela estar presente
em todo o país.
Sintomas parecidos com dengue, mas mais dolorosos
Desde o último dia 14 de novembro, o Laboratório de Virologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) tem condições de
desenvolver estudos e analisar casos suspeitos da enfermidade no Estado.
Apesar disso, só atenderá as situações mais complicadas e com indicação
médica, já que o protocolo tem um custo muito alto e está voltado para a
área da pesquisa. O interesse foi gerado pelo fato do Estado ter 13
municípios com risco de registrar infestação do Aedes aegypti.
De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os
sintomas da chikungunya são parecidos com os da dengue, como febre, dor
nas articulações, de cabeça e muscular, náusea e manchas avermelhadas na
pele. Entretanto, são mais dolorosos. Podem durar entre dez e 15 dias,
desaparecendo em seguida, mas há relatos em que as dores articulares
podem permanecer por meses ou anos. As complicações, raras, são
relacionadas aos sistemas cardíaco e neurológico, principalmente em
pacientes idosos.
Ainda assim, conforme a OMS, a doença causada pelo vírus do gênero
Alphavirus mata menos que a dengue, com quadros menos severos que esta,
principalmente em termos de produzir casos graves e hospitalizações. Até
o momento, não foi descoberto um tratamento eficaz para curar a
infecção ou vacina para preveni-la, sendo assim, é indicado o uso de
antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas.
Fonte: Jornal de Hoje
Nenhum comentário:
Postar um comentário